Hora de buscar equilíbrio e sensatez

16 de abril de 2020 às 19:12

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Prev&ecirc; o economista-chefe do Banco Mundial para Am&eacute;rica Latina e Caribe que o Brasil perder&aacute; este ano 5% do seu PIB (Produto Interno Bruto), em raz&atilde;o da pandemia do coronav&iacute;rus. Ser&aacute; percentualmente a maior das quebras no patrim&ocirc;nio produtivo nacional durante os &uacute;ltimos 120 anos e possivelmente da hist&oacute;ria, j&aacute; que esse &iacute;ndice come&ccedil;ou a ser apurado em 1901, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica). S&oacute; estivemos perto disso em 1990, quando o presidente Fernando Collor confiscou a poupan&ccedil;a e tentou combater a infla&ccedil;&atilde;o por decreto e o PIB caiu em 4,35%, e em 1981, quando a crise da d&iacute;vida externa nos levou &agrave; perda de 4,25% do PIB anual. As quedas mais recentes foram de 3,5% em 2015 e 3,3,% em 2016, no descontrole que levou ao fim antecipado do ciclo do Partido dos Trabalhadores no poder. N&atilde;o serve de consolo, mas &eacute; importante destacar que pior do que o Brasil estar&atilde;o a Argentina, com queda de 5,2% e Equador e M&eacute;xico, que encolher&atilde;o 6%, segundo a previs&atilde;o do organismo econ&ocirc;mico internacional.<br /> <br /> Essa previs&atilde;o catastr&oacute;fica aumenta a responsabilidade das autoridades e dos influenciadores da economia nacional. &Eacute; preciso combater a pandemia pelo seu lado m&eacute;dico e de Sa&uacute;de P&uacute;blica, mas n&atilde;o devem negligenciar no trato econ&ocirc;mico do problema. O pa&iacute;s precisa estar em condi&ccedil;&otilde;es de voltar a produzir e faturar assim que a pandemia terminar. Os governos, eleitos para administrar a coisa p&uacute;blica e cuidar dos interesses da popula&ccedil;&atilde;o, t&ecirc;m o dever de encontrar o ponto de equil&iacute;brio entre as vertentes. N&atilde;o bastar&aacute; apresentar um eficiente trabalho na &aacute;rea de sa&uacute;de e, ao final, legar ao povo uma terra economicamente arrasada. &Eacute; preciso, acima de tudo, abandonar as fogueiras de vaidade e a interesseira linha pol&iacute;tico-eleitoral para pensar exclusivamente no bem da Na&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> Embora a prioridade seja o combate &agrave; Covid 19 e sua velocidade de infesta&ccedil;&atilde;o, h&aacute; de se entender que ela &eacute; passageira e existem instalados no pa&iacute;s males end&ecirc;micos como dengue, sarampo, zika e chickungunya entre outros, que tamb&eacute;m afetam a popula&ccedil;&atilde;o e nesse ano j&aacute; mataram silenciosamente 200 brasileiros. &Eacute; necess&aacute;rio tomar medidas eficazes e com os menores efeitos colaterais porque h&aacute; o risco destes serem maiores do que o pr&oacute;prio mal. J&aacute; assistimos outros surtos e epidemias e em nenhuma deles decretou-se o recesso geral como o hoje em vig&ecirc;ncia. Os respons&aacute;veis por essas medidas precisam se certificar de que essa &eacute; a &uacute;nica provid&ecirc;ncia cab&iacute;vel porque, em caso contr&aacute;rio, ter&atilde;o muitos problemas a enfrentar al&eacute;m, &eacute; l&oacute;gico, da impopularidade que poder&aacute; advir do sofrimento e da mis&eacute;ria da popula&ccedil;&atilde;o desempregada, desesperada e com fome...<br /> <br /> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" alt="" width="60" hspace="3" height="81" align="left" /><br /> <br /> Por <i><b>Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</b></i> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br<br />