O novo coronavírus e a defesa dos animais

16 de abril de 2020 às 19:16

Ana Rita Tavares
A pandemia do novo coronav&iacute;rus imp&otilde;e ao Poder P&uacute;blico e &agrave; coletividade a ado&ccedil;&atilde;o de medidas en&eacute;rgicas e urgentes de amparo a trabalhadores, &agrave;queles que perderam o emprego, fam&iacute;lias, popula&ccedil;&atilde;o em situa&ccedil;&atilde;o de vulnerabilidade socioecon&ocirc;mica, empresas e, inclusive, aos animais que vivem nas ruas, sob a guarda de pessoas carentes ou de organiza&ccedil;&otilde;es n&atilde;o governamentais.<br /> <br /> Conclamo as autoridades e a sociedade a encarar, como um dos desafios que devem ser superados com celeridade e empenho, a dura realidade vivenciada por milhares de caninos e felinos, que, com a restri&ccedil;&atilde;o da circula&ccedil;&atilde;o de pessoas, das atividades comerciais e redu&ccedil;&atilde;o do poder aquisitivo da popula&ccedil;&atilde;o, padecem v&iacute;timas do abandono e da fome. <br /> <br /> No cen&aacute;rio de crise econ&ocirc;mica, sem contar com a fonte de renda habitual e com as doa&ccedil;&otilde;es que costumavam arrecadar, s&atilde;o muitas as pessoas que n&atilde;o conseguem mais alimentar os animais que est&atilde;o sob a sua guarda, os n&atilde;o domiciliados que vivem na vizinhan&ccedil;a ou aqueles abrigados pelas entidades n&atilde;o governamentais. A suspens&atilde;o do funcionamento de restaurantes e estabelecimentos similares agravou ainda mais a situa&ccedil;&atilde;o, pois s&atilde;o locais onde caninos e felinos costumam se alimentar com sobras de comida. <br /> <br /> Evidentemente, proteger os caninos e felinos que se encontram em situa&ccedil;&atilde;o de vulnerabilidade tem impacto direto sobre a sa&uacute;de e o bem-estar da popula&ccedil;&atilde;o. Privados de alimenta&ccedil;&atilde;o regular e de assist&ecirc;ncia adequada, os animais sofrem de desnutri&ccedil;&atilde;o, o que enfraquece as defesas do organismo contra a a&ccedil;&atilde;o de bact&eacute;rias, v&iacute;rus ou fungos que provocam doen&ccedil;as transmiss&iacute;veis a outros animais ou aos seres humanos. <br /> <br /> Ademais, &eacute; imperativo zelar pela vida dos animais porque s&atilde;o seres sencientes, capazes, assim como os humanos, com diferen&ccedil;as de grau, de ter percep&ccedil;&otilde;es conscientes da realidade em que est&atilde;o envolvidos, de experimentar sensa&ccedil;&otilde;es de dor, ang&uacute;stia, solid&atilde;o, alegria, e t&ecirc;m direito a uma vida digna e livre de sofrimento, pois s&atilde;o amparados pela Constitui&ccedil;&atilde;o Federal, que incumbe ao Poder P&uacute;blico e &agrave; coletividade o dever de proteg&ecirc;-los. &Eacute; preciso amparar todos impactados pela crise social, econ&ocirc;mica e de sa&uacute;de provocada pela pandemia do novo coronav&iacute;rus. E os animais tamb&eacute;m est&atilde;o vulner&aacute;veis. <br /> <br /> As autoridades devem agir prontamente, cumprir o seu dever legal, a fim de assegurar a oferta de ra&ccedil;&atilde;o e assist&ecirc;ncia a caninos e felinos que sofrem com a fome. &Agrave; coletividade, como ativista que, h&aacute; mais de vinte anos, enfrenta as dificuldades vivenciadas pelos animais, suplico por solidariedade, empatia e uni&atilde;o. Mais do que nunca, &eacute; o momento de cada um dar um pouco de si, fortalecendo a corrente de cidadania e compaix&atilde;o para livrar do sofrimento milhares de seres indefesos.&nbsp; &nbsp;<br /> <br /> <img src="/uploads/image/artigos_ana-rita-tavares_vereadora-salvador-advogada.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Por <i><b>Ana Rita Tavares</b></i>, vereadora de Salvador (PT), advogada e ativista em defesa dos direitos animais