A pandemia chega ao pico? Tomara...

26 de maio de 2020 às 19:03

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Depois de bater, na quinta-feira (21), o recorde de 1.188 mortes em 24 horas provocadas pela Covid 19, recuamos para 653, no boletim do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de divulgado no domingo (24). Fontes da &aacute;rea de Sa&uacute;de nos estados e hospitais privados - citadas por conhecido colunista - teriam dito que nesta semana ocorre o pico da pandemia no Brasil, com o &aacute;pice j&aacute; acontecido semana passada em S&atilde;o Paulo e previsto para os pr&oacute;ximos dias no Rio de Janeiro, as duas localidades que lideram o n&uacute;mero de casos no pa&iacute;s. Mesmo assim, as autoridades continuam insistindo no isolamento, antecipam feriados e fazem outras restri&ccedil;&otilde;es.<br /> <br /> Em alguns pontos do pa&iacute;s j&aacute; se volta timidamente ao trabalho. Nos pr&oacute;ximos dias, governadores e prefeitos das principais localidades devem promover o afrouxamento das restri&ccedil;&otilde;es e exigir da popula&ccedil;&atilde;o a ado&ccedil;&atilde;o de h&aacute;bitos profil&aacute;ticos. J&aacute; compreenderam ou foram convencidos que, mesmo ocorrendo o pico e em seguida a esperada redu&ccedil;&atilde;o das infesta&ccedil;&otilde;es e mortes, ser&aacute; necess&aacute;ria a manuten&ccedil;&atilde;o de cuidados para evitar nova escalada de contamina&ccedil;&atilde;o e v&iacute;timas. Apesar de autorizados a voltar &agrave; atividade, os estabelecimentos dever&atilde;o manter o distanciamento e impedir aglomera&ccedil;&otilde;es, e as pessoas continuar usando m&aacute;scara e lavando as m&atilde;os assiduamente. Sem esses cuidados o quadro pode voltar a se complicar e exigir o retorno das restri&ccedil;&otilde;es.<br /> <br /> Vencida a pandemia, as autoridades ter&atilde;o o dever de investir maci&ccedil;amente na rede de sa&uacute;de. Utilizar os milhares de respiradores, equipamentos e mobili&aacute;rio dos hospitais de campanha para ampliar a oferta e a proximidade de UTIs e leitos hospitalares e, com isso, eliminar a nefasta fila de pacientes graves que h&aacute; anos lota salas de espera, corredores e outras depend&ecirc;ncias de pronto-socorros e servi&ccedil;os de urg&ecirc;ncia. N&atilde;o se deve esquecer que a crise da Sa&uacute;de Publica brasileira &eacute; resultante de d&eacute;cadas de falta de investimentos e &ndash; o pior &ndash; da corrup&ccedil;&atilde;o que drenou vultosas somas do dinheiro p&uacute;blico que deveria ser aplicado na &aacute;rea, ensejando sucessivos esc&acirc;ndalos que envolvem administradores, pol&iacute;ticos e empres&aacute;rios inescrupulosos, alguns deles j&aacute; condenados e trancafiados.<br /> <br /> Todos teremos de nos adaptar ao p&oacute;s-coronav&iacute;rus. Os indiv&iacute;duos atrav&eacute;s de comportamentos seguros e os governantes investindo em hospitais, ambulat&oacute;rios e outras estruturas de Sa&uacute;de hoje negligenciadas, para na pr&oacute;xima pandemia, epidemia ou surto - que fatalmente vir&aacute; - n&atilde;o ter de repetir a discut&iacute;vel estrat&eacute;gia de isolamento perante o risco de n&atilde;o possuir meios para socorrer as v&iacute;timas.<br /> <br /> Que o sofrimento e principalmente os mais de 20 mil mortos e outros que ainda perecer&atilde;o, sirvam pelo menos para adequar a Sa&uacute;de P&uacute;blica e evitar que a trag&eacute;dia continue como parceira perene desse importante setor.<br /> &nbsp;<br /> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Por <i><b>Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</b></i> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo). aspomilpm@terra.com.br <br />