ECONOMIA EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS

06 de junho de 2020 às 11:44

Genaldo de Melo
A crise sanit&aacute;ria em fun&ccedil;&atilde;o do novo Coronav&iacute;rus (Covid-19) atingiu em cheio todos os espa&ccedil;os de nossa sociedade, e fatalmente todos os setores da economia. Com os processos governamentais de exig&ecirc;ncias do distanciamento social, obedecendo as regras estabelecidas pela Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial de Sa&uacute;de (OMS), as pessoas tamb&eacute;m diminu&iacute;ram substancialmente o acesso aos bens de consumo, o que naturalmente deixa o mundo fornecedor dos mesmos em estagna&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica.<br /> <br /> Ao diminuir a circula&ccedil;&atilde;o de pessoas nas cidades, ao diminuir os espa&ccedil;os de trabalho que sustenta a sociedade, ao diminuir a renda b&aacute;sica de maioria da popula&ccedil;&atilde;o, principalmente aquela que depende do setor informal, uma grande preocupa&ccedil;&atilde;o vem &agrave; tona. N&atilde;o s&atilde;o somente os trabalhadores/as que est&atilde;o perdendo com a pandemia, mas tamb&eacute;m os pr&oacute;prios instrumentos de gera&ccedil;&atilde;o do trabalho que sustenta a economia, que gera emprego e renda, que faz a roda da sociedade funcionar do ponto de vista econ&ocirc;mico.<br /> <br /> Como as coisas n&atilde;o podem, e jamais devem parar, principalmente o setor econ&ocirc;mico, os atores respons&aacute;veis pelo funcionamento de toda a estrutura social e econ&ocirc;mica s&atilde;o chamados a infalivelmente apresentarem solu&ccedil;&otilde;es vi&aacute;veis e que sejam tamb&eacute;m sustent&aacute;veis em longo prazo. Uma coisa &eacute; certa a pandemia n&atilde;o ser&aacute; eterna, e depois dela a pr&oacute;pria economia deve voltar a sua normalidade.<br /> <br /> &Eacute; certo que as teses que norteiam a coordena&ccedil;&atilde;o do governo brasileiro hoje t&ecirc;m em suas premissas centrais a diminui&ccedil;&atilde;o substancial do tamanho do Estado na economia. Por&eacute;m, a crise do novo Coronav&iacute;rus veio demonstrar que toda e qualquer sociedade s&oacute; sobrevive a qualquer grande crise com um Estado forte do ponto econ&ocirc;mico.<br /> <br /> Se o mundo dos neg&oacute;cios e do trabalho entra em crise com a preocupa&ccedil;&atilde;o de mortes pelo novo Coronav&iacute;rus, para que a sociedade funcione e para que o dinheiro circule para a economia n&atilde;o estagnar, cabe ao Estado agora distribuir de forma planejada o dinheiro que &eacute; do povo que ele coordena, para o pr&oacute;prio povo e para os setores da economia que faz a roda da sociedade funcionar. E tudo isso exige planejamento e tamb&eacute;m responsabilidade fiscal.<br /> <br /> N&atilde;o estamos nesse momento de crise sanit&aacute;ria e econ&ocirc;mica sob o jugo de nenhum projeto pol&iacute;tico ou ideol&oacute;gico de qualquer grupo de interesse da sociedade. Nesse momento estamos sob o perigo de uma pandemia grave, tanto no campo da Sa&uacute;de P&uacute;blica, como no campo dos neg&oacute;cios e das necessidades b&aacute;sicas de seres humanos, que agora mais do que nunca precisam da interven&ccedil;&atilde;o do Estado brasileiro.<br /> <br /> N&atilde;o existe mais tempo para raciocinar al&eacute;m da conta, e quem pensar demais se n&atilde;o morrer de Covid-19, sucumbir&aacute; fatalmente de idiotice pol&iacute;tica. Nesse momento o Estado deve afirmar substancialmente seu papel de mantenedor da nossa sociedade. Aos atores governamentais n&atilde;o cabe outro papel sen&atilde;o o de &ldquo;guarda-chuva&quot; do povo brasileiro. Agora o dinheiro que &eacute; do povo tem que ser devolvido de forma planejada ao pr&oacute;prio povo. Esse &eacute; um dos instrumentos de salva&ccedil;&atilde;o de nossa economia, e que o pr&oacute;prio Estado que crie as condi&ccedil;&otilde;es legais e constitucionais para ter os recursos necess&aacute;rios para tanto. (publicado originalmente no jornal &quot;Noite e Dia&quot;)<br /> <br /> <b><img src="/uploads/image/artigos_genaldo-de-melo_analista-politico.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /></b><br /> <br /> <br /> Por <i><b>Genaldo de Melo</b></i>