Como o mundo, professores nunca mais serão os mesmos

06 de junho de 2020 às 11:47

Regina Silva
Diante do cen&aacute;rio que estamos vivenciando, os desafios s&atilde;o gigantes para a educa&ccedil;&atilde;o como um todo e para os professores em particular. O mundo est&aacute; se transformando e n&atilde;o voltaremos &ldquo;ao normal&rdquo;, pois o normal ser&aacute; uma nova realidade, muito diferente do que est&aacute;vamos vivendo at&eacute; a pandemia de covid-19. O mundo, provavelmente, n&atilde;o ser&aacute; o mesmo. A Educa&ccedil;&atilde;o e os professores tamb&eacute;m n&atilde;o. S&atilde;o muitos os aspectos que devem ser levados em considera&ccedil;&atilde;o, como tamb&eacute;m, as in&uacute;meras incertezas: durante quanto tempo as escolas ficar&atilde;o fechadas? Como ser&aacute; a regulamenta&ccedil;&atilde;o? Como garantir a qualidade e o cumprimento do curr&iacute;culo? Como engajar alunos e fam&iacute;lias nesse nosso modelo? Mas, deixando de lado as incertezas e sobre as quais n&atilde;o temos dom&iacute;nio, vamos focar especialmente no papel do professor, que precisa se reinventar para continuar cumprindo sua miss&atilde;o de mediar a aprendizagem dos estudantes. <br /> <br /> O processo de ensino e aprendizagem se transforma neste contexto. As formas habituais de lecionar precisam ser revistas. &Eacute; preciso modificar o planejamento pedag&oacute;gico e encontrar alternativas para envolver, motivar e propiciar o desenvolvimento dos estudantes, mesmo que a dist&acirc;ncia. A profiss&atilde;o de professor envolve muita rela&ccedil;&atilde;o interpessoal e acolhimento. Talvez aqui esteja a maior perda. A falta do olho no olho e das intera&ccedil;&otilde;es entre professores e alunos assim como entre alunos e os colegas. Um dos principais desafios &eacute; adequar aulas, materiais e atividades para outro modelo que n&atilde;o o presencial. Muitas tecnologias est&atilde;o sendo disponibilizadas neste momento de crise. &Eacute; uma avalanche de informa&ccedil;&otilde;es, o que torna muito dif&iacute;cil encontrar a melhor solu&ccedil;&atilde;o para atender a essa necessidade n&atilde;o planejada de ensinar al&eacute;m dos muros da escola. <br /> <br /> Apesar da grande maioria dos professores utilizar regularmente as tecnologias no dia a dia, a situa&ccedil;&atilde;o fica mais complicada quando se trata de conhecer e dominar novas ferramentas e metodologias para adaptar as aulas a um novo formato. Isso exige um tempo que n&atilde;o temos. Inclusive, muitas escolas no pa&iacute;s est&atilde;o definindo f&eacute;rias de vinte dias para que suas equipes se preparem melhor e desenvolvam conte&uacute;dos e din&acirc;micas adequados para as aulas a dist&acirc;ncia. Outro grande desafio &eacute; a falta de infraestrutura necess&aacute;ria para aulas a dist&acirc;ncia nos lares, especialmente em se tratando de estudantes da escola p&uacute;blica. Essa quest&atilde;o, de homeschooling, n&atilde;o pode ficar &agrave; margem, pois temos que garantir uma educa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o excludente. A falta de tempo e preparo das fam&iacute;lias para mediar a realiza&ccedil;&atilde;o de atividades pedag&oacute;gicas torna a situa&ccedil;&atilde;o o ensino em ainda mais complexo.<br /> <br /> Existe o fato, ainda, de que os desafios s&atilde;o diferentes para alunos das diferentes faixas et&aacute;rias, j&aacute; que &eacute; poss&iacute;vel adaptar recursos para atender desde a Educa&ccedil;&atilde;o Infantil at&eacute; o Ensino M&eacute;dio. Por&eacute;m criatividade, objetividade e simplicidade s&atilde;o os postos-chave para este momento, independentemente da idade dos estudantes. A crise consolidou algo que j&aacute; sabemos: alunos est&atilde;o mostrando que as institui&ccedil;&otilde;es formais de ensino j&aacute; n&atilde;o s&atilde;o mais os principais locais para buscar informa&ccedil;&otilde;es e aprender. Portanto, precisamos reinventar a escola como espa&ccedil;o relevante de aprendizagem para que cumpra seu papel de formar estudantes a fim de interagir com criatividade, &eacute;tica e responsabilidade na sociedade em que est&atilde;o inseridos.<br /> <br /> As tecnologias digitais podem ajudar a tornar esse desafio menos estressante para todos os envolvidos nos processos de ensinar e aprender. Plataformas adaptativas, por exemplo, permitem ao estudante seguir o pr&oacute;prio caminho de aprendizagem de uma forma mais aut&ocirc;noma, seja recuperando dificuldades individuais ou avan&ccedil;ando para conceitos mais complexos. Os dados coletados no decorrer da realiza&ccedil;&atilde;o das atividades auxiliam o professor a acompanhar, mesmo que a dist&acirc;ncia, o desempenho de cada aluno e a intervir quando a media&ccedil;&atilde;o se faz necess&aacute;ria. &Eacute; apenas um exemplo de como os t&atilde;o propalados Big Data e Intelig&ecirc;ncia Artificial podem ajudar o #FiqueEmCasa a ser mais produtivo e envolvente.<br /> <br /> Oferecer conte&uacute;do relevante, bem dosado, com intera&ccedil;&atilde;o e uma rotina de produ&ccedil;&atilde;o para que os alunos participem de forma ativa das atividades, compartilhando ideias e dando devolutivas, pode assegurar maior interesse e compreens&atilde;o dos conceitos abordados. Metodologias ativas, educa&ccedil;&atilde;o 4.0, autonomia do aluno, temas voltados para educa&ccedil;&atilde;o e amplamente discutidos em congressos, semin&aacute;rios, simp&oacute;sios entre outros eventos agora ganham destaque e &eacute; o momento para coloc&aacute;-los em pr&aacute;tica.<br /> <br /> O professor, depois do covid-19, assim como qualquer um de n&oacute;s (inclusive os estudantes), ser&aacute; um profissional mais preocupado com o outro, que valoriza as rela&ccedil;&otilde;es interpessoais. A principal transforma&ccedil;&atilde;o que a crise nos trar&aacute; est&aacute; ligada ao envolvimento, engajamento e determina&ccedil;&atilde;o para fazer e ser diferente. Quando as aulas presenciais retornarem, o professor certamente estar&aacute; mais antenado &agrave;s estrat&eacute;gias diferenciadas e ao novo. Ser&aacute; capaz de enxergar, avaliar e aliar o interesse dos alunos aos recursos usados em sua pr&aacute;tica pedag&oacute;gica di&aacute;ria. Isso proporcionar&aacute; mais din&acirc;micas para aulas, engajamento dos alunos e, consequente, mais aprendizagem. Estamos prestes a vivenciar a decolagem da Educa&ccedil;&atilde;o 4.0 no Brasil, defintivamente.<br /> &nbsp;<br /> <img src="/uploads/image/img_regina-silva_diretora-pedagogica-unidade-tecnologia-educacional-positivo.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Por <i><b>Regina Silva</b></i> &eacute; diretora pedag&oacute;gica da unidade de tecnologia educacional da Positivo Tecnologia e especialista nas solu&ccedil;&otilde;es para escolas dispon&iacute;veis em http://tecnologia.educacional.com.br