TRIPARTIDARISMO

07 de julho de 2020 às 11:56

Juarez Alvarenga
O corpo social &eacute; constitu&iacute;do de partes. Aglomera&ccedil;&atilde;o comum de problemas centralizados numa fac&ccedil;&atilde;o. Desarticulada &agrave; sociedade brasileira aparenta estar condenado ao suic&iacute;dio partid&aacute;rio. Existe uma descompress&atilde;o entre os problemas da sociedade e sua falta de representatividade. Gerando com isto a intocabilidade dos obst&aacute;culos que impede o avan&ccedil;o democr&aacute;tico.<br /> <br /> Autenticidade na representatividade &eacute; premissa fundamental que falta aos partidos. A camuflagem ideol&oacute;gica &eacute; o nosso grande mal. O barroco pol&iacute;tico tr&aacute;s como consequ&ecirc;ncia a estagna&ccedil;&atilde;o dos problemas brasileiros. As ambiguidades dos deputados formam um mosaico est&aacute;tico. Tutelar as classes &oacute;rf&atilde;s &eacute; um ato de raz&atilde;o e necessidade. O profissionalismo dos representantes do povo obriga a torna-se fisiol&oacute;gico. A desconexidade entre os partidos e o povo descaracteriza a estrutura partid&aacute;ria. N&atilde;o existe rigidez nas pretens&otilde;es classistas. H&aacute; um afrouxamento em busca de solu&ccedil;&otilde;es evasivas. Flexibilidades excessivas fazem os problemas permanecerem est&aacute;ticas. Falta infraestrutura partid&aacute;ria. Por isto sugiro o tripartidarismo um conservador querendo conservar os girass&oacute;is do capitalismo como a exaust&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o e consequentemente a cria&ccedil;&atilde;o de empregos, outro reformista querendo mudan&ccedil;as profundas, mas mantendo a espinha dorsal do capitalismo e um terceiro rom&acirc;ntico, fantasmag&oacute;rico como PCB. Na adolesc&ecirc;ncia acreditava nesta fic&ccedil;&atilde;o doutrinaria, hoje totalmente descrente acho apenas valido como fac&ccedil;&atilde;o dentro do sistema democr&aacute;tico deste que aceite disputar o poder pelo voto. <br /> <br /> Neste panorama estaria todo universo democr&aacute;tico. Tr&ecirc;s facetas divergentes consistentes que sintetizam todo o pensamento pol&iacute;tico. Dentro deste universo e da disputa democr&aacute;tica criar&iacute;amos uma sociedade positivista direcionada homogeneamente&nbsp; num sentido liberal focado hegemonicamente em substrato legitimado pelo povo.<br /> <br /> O pluralismo restrito a tr&ecirc;s caminhos fortalece as ideologias al&eacute;m de favorecer sua inser&ccedil;&atilde;o no pragmatismo do poder, impedindo o ressurgimento do fisiologismo partid&aacute;rio e cria&ccedil;&atilde;o de pseudo lideres desnecessariamente. Neutraliza o caos de coliga&ccedil;&otilde;es e sistematiza o quadro eleitoral mantendo as alternativas do poder e toda representatividade da sociedade.<br /> <br /> O individualismo ideol&oacute;gico e o personalismo carism&aacute;tico destroem a estrutura partid&aacute;ria brasileira. Geralmente nasce um l&iacute;der e atr&aacute;s do l&iacute;der um partido. Sem consist&ecirc;ncia, sem programa &eacute; at&eacute; sem horizonte. As l&oacute;gicas fisiol&oacute;gicas destroem a l&oacute;gica ideol&oacute;gica. Os deputados s&atilde;o homens de conveni&ecirc;ncias e n&atilde;o seguidores de linhas doutrinaria partid&aacute;ria. O pluralismo partid&aacute;rio amplo derivado uma pseudo democracia representativa acarreta anarquismo funcional.<br /> <br /> Desprotegida a sociedade brasileira torna c&eacute;ptica e consequentemente despolitizada. O Brasil &eacute; um vazio partid&aacute;rio. A &oacute;tica pelo que se veem os problemas &eacute; inteiramente personalista. Uma vis&atilde;o r&iacute;gida das fac&ccedil;&otilde;es t&atilde;o necess&aacute;ria se perde no aglomerado t&atilde;o flex&iacute;vel do ecletismo unit&aacute;rio.<br /> <br /> Discrep&acirc;ncia partid&aacute;ria nos limites tra&ccedil;ados tr&aacute;s infinidades de solu&ccedil;&otilde;es. Ao caso que diverg&ecirc;ncia partid&aacute;ria na pluralidade neutraliza solu&ccedil;&otilde;es pragm&aacute;ticas. Discuss&otilde;es prolongadas com for&ccedil;as de argumenta&ccedil;&otilde;es sim&eacute;tricas s&atilde;o solu&ccedil;&otilde;es reprimidas. As a&ccedil;&otilde;es s&atilde;o as maiores argumenta&ccedil;&otilde;es.<br /> <br /> Partidos equidistantes, equipotentes &eacute; a solu&ccedil;&atilde;o para o&nbsp; Brasil. Restringir o universo partid&aacute;rio &eacute; estender solu&ccedil;&otilde;es pragm&aacute;ticas. N&atilde;o queremos unidades ideol&oacute;gicas e sim confronto entre for&ccedil;as iguais. O pa&iacute;s direcionado em tr&ecirc;s dire&ccedil;&otilde;es &eacute; mais f&aacute;cil achar uma alternativa certeira e conviv&ecirc;ncia saud&aacute;vel com a oposi&ccedil;&atilde;o pr&oacute;xima e atenta.<br /> <br /> O&nbsp; tripartidarismo n&atilde;o &eacute; uma solu&ccedil;&atilde;o messi&acirc;nica, mas uma solu&ccedil;&atilde;o inteligente que pode transformar as argumenta&ccedil;&otilde;es em a&ccedil;&otilde;es e aprimorar o regime democr&aacute;tico.<br /> <br /> Por <i><b>Juarez Alvarenga</b></i>, advogado e escritor<br /> E-mail: juarezalvarengacru@gmail.com