O papel da Saúde Única frente a pandemia

05 de agosto de 2020 às 16:44

Willian Barbosa Sales
No atual contexto em que estamos vivendo, somos bombardeados por uma infinidade de informa&ccedil;&otilde;es, muitas delas s&atilde;o capazes de despertar reflexos intr&iacute;nsecos de inquietude com nosso &ldquo;eu interior&rdquo;, e sobre nossas rela&ccedil;&otilde;es com o universo a nossa volta. Perguntas surgem em nossos pensamentos como por exemplo: como manter a pluralidade com o cosmos onde estamos inseridos? Como encontrar a homeostase necess&aacute;ria para o ideal conv&iacute;vio entre todas as formas de vida existente em nosso planeta? Como evitar que sejamos dizimados por outras pandemias por n&atilde;o perceber que n&atilde;o estamos sozinhos nesse planeta?<br /> <br /> A respostas para todas essas perguntas podem ser encontradas ou melhor analisadas sob a luz da &ldquo;One Health&rdquo;, express&atilde;o conhecida a n&iacute;vel global, que em nosso pa&iacute;s tem se fortalecido como Sa&uacute;de &Uacute;nica. Mas o que significa o termo &ldquo;One Health&rdquo; ou Sa&uacute;de &Uacute;nica? Esse termo reconhece, afirma e acredita em uma interconex&atilde;o fundamental que existe entre todas as formas de vida, ou seja, entre seres humanos, animais e o meio ambiente que os rodeia. A sa&uacute;de humana, animal e ambiental &eacute; indissoci&aacute;vel, a exist&ecirc;ncia dessa tr&iacute;ade forma a Sa&uacute;de &Uacute;nica, a homeostase entre as a&ccedil;&otilde;es existentes entre cada uma s&atilde;o essenciais para garantir o futuro saud&aacute;vel e sustent&aacute;vel do equil&iacute;brio e vida em nosso Planeta Terra.<br /> <br /> Estamos passando por um momento &uacute;nico no mundo moderno que possui como gatilho a doen&ccedil;a do novo coronav&iacute;rus (COVID-19), causada pelo v&iacute;rus SARS-CoV-2 de origem zoon&oacute;tica, ou seja, patologia que pode sem vinculada aos seres humanos por animais. Por quantas zoonoses passamos ao longo da nossa hist&oacute;ria? Ser&aacute; que n&atilde;o aprendemos nada? Acredito que aprendemos muito com o avan&ccedil;ar de toda nossa bagagem cient&iacute;fica desenvolvida pela epidemiologia, sa&uacute;de p&uacute;blica, patologia e todas as outras ci&ecirc;ncias correlatas. O que n&atilde;o aprendemos, estamos protagonizando agora no mundo moderno, ou seja, essa doen&ccedil;a possui caracter&iacute;sticas &uacute;nicas de origem homem-animal-meio ambiente, sua r&aacute;pida explos&atilde;o ocorreu pela elevada interconectividade humana, mobilidade e com&eacute;rcio global.<br /> <br /> Ser protagonista dessa parte da hist&oacute;ria, s&oacute; chancela a necessidade de uma abordagem de cunho efetivo em Sa&uacute;de &Uacute;nica. A interface existente entre homem-animal-meio ambiente, est&aacute; sendo reconhecida internacionalmente como uma tend&ecirc;ncia efetiva para o gerenciamento de doen&ccedil;as emergentes e novas pandemias de origem zoon&oacute;tica.<br /> <br /> Precisamos estabelecer mecanismos e processos eficazes de colabora&ccedil;&atilde;o para o enfrentamento de poss&iacute;veis amea&ccedil;as, ou seja, precisamos pensar &uacute;nico, precisamos viver em Sa&uacute;de &Uacute;nica. Somente tornando esse conceito eleg&iacute;vel, conseguiremos formar esfor&ccedil;os de alta capacidade, para lidar e implementar a abordagem da Sa&uacute;de &Uacute;nica no futuro, e assim conseguir as respostas esperadas para futuros incertos &agrave; espreita.<br /> &nbsp;<br /> Por <i><b>Willian Barbosa Sales</b></i> &eacute; bi&oacute;logo, doutor em Sa&uacute;de e Meio Ambiente, coordenador dos cursos de P&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o da &aacute;rea da sa&uacute;de do Centro Universit&aacute;rio Internacional Uninter