Voto é interesse. Não é direito, nem dever....

21 de setembro de 2020 às 11:32

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Desde o &uacute;ltimo dia 16, quarta-feira, os mais de 5600 munic&iacute;pios brasileiros j&aacute; conhecem os homens e mulheres que pretendem govern&aacute;-los ou ser vereadores entre 01/01/2021 e 31/12/2025. Terminou o prazo para os partidos apresentarem seus candidatos. No dia 27, os postulantes j&aacute; poder&atilde;o fazer propaganda pela internet, comit&ecirc;s e no corpo-a-corpo, respeitadas as limita&ccedil;&otilde;es impostas pelo combate &agrave; Covid 19. E, a partir do dia 9 de outubro, estar&aacute; no ar a propaganda gratuita no r&aacute;dio e na televis&atilde;o. Por esses meios, seremos informados sobre quem pede nosso voto.<br /> <br /> Por conta das mazelas descobertas no seio dos governos e do mundo legislativo &ndash; muitas delas transformadas em processo, condena&ccedil;&otilde;es e at&eacute; cadeia para os agentes p&uacute;blicos &ndash; o cidad&atilde;o comum desenvolveu uma certa avers&atilde;o aos pol&iacute;ticos. Isso &eacute; ruim porque a elei&ccedil;&atilde;o &eacute; o &uacute;nico dia, a cada quatro anos, em que o cidad&atilde;o pode interferir nos destinos do seu munic&iacute;pio, estado e do pa&iacute;s. E o faz votando naqueles que lhes pare&ccedil;am com melhores condi&ccedil;&otilde;es e propostas para o exerc&iacute;cio da fun&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica. Quem abre m&atilde;o disso est&aacute; renunciando ao seu direito de participar e fica moralmente impedido de criticar o que n&atilde;o der certo. Por isso, &eacute; importante participar.<br /> <br /> O desencanto com os pol&iacute;ticos leva &agrave; discuss&atilde;o sobre o voto como direito ou obriga&ccedil;&atilde;o. Na nossa modesta opini&atilde;o, n&atilde;o &eacute; direito e nem obriga&ccedil;&atilde;o, embora a lei eleitoral brasileira penalize com multa quem n&atilde;o comparece &agrave;s urnas. Numa an&aacute;lise mais firme, o voto &eacute; o interesse do cidad&atilde;o. &Eacute; atrav&eacute;s dele que conduzimos os candidatos de nossa prefer&ecirc;ncia para governar e legislar. Quem n&atilde;o vota fica &agrave; margem do processo e, teoricamente, tem de aceitar o escolhido pelo outros (que votaram). Se sentir-se de alguma forma decepcionado com o candidato escolhido, o eleitor tem a alternativa de, na pr&oacute;xima elei&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o votar mais nele e nem em quem ele aconselhar.<br /> <br /> No dia que o eleitor acabar com a inculta posi&ccedil;&atilde;o de odiar os pol&iacute;ticos e por isso n&atilde;o participar do processo eleitoral, a tend&ecirc;ncia &eacute; que tudo melhore. Os pol&iacute;ticos deixar&atilde;o os maus costumes na certeza de que, se continuarem errantes, ser&atilde;o colocados fora nas pr&oacute;ximas elei&ccedil;&otilde;es, e o pr&oacute;prio eleitorado ficar&aacute; mais satisfeito. O eleitor tamb&eacute;m deve se precaver com as aves de rapina da pol&iacute;tica, indiv&iacute;duos que j&aacute; foram cassados, est&atilde;o ineleg&iacute;veis, mas fazem campanhas para outros que, por analogia, podem ser t&atilde;o corruptos como eles pr&oacute;prios mas ainda n&atilde;o tiveram o mau costume identificado. No meio pol&iacute;tico costuma-se dizer que quem n&atilde;o gosta de pol&iacute;tica tem de se conformar com a id&eacute;ia de ser governado pelos eleitos por quem gosta (de pol&iacute;tica). Apesar das decep&ccedil;&otilde;es vividas, &eacute; bom lembrar que os maus pol&iacute;ticos s&oacute; prosperam porque o eleitor n&atilde;o presta aten&ccedil;&atilde;o &agrave;s suas atividades. Este pa&iacute;s s&oacute; ser&aacute; pr&oacute;spero e justo no dia em que todo cidad&atilde;o, al&eacute;m de cumprir o que as leis e c&oacute;digos lhes imp&otilde;em, manter-se atendo ao que fazem os pol&iacute;ticos e, com isso, exercer o direito de cobran&ccedil;a aos malfeitos, mesmo que isso seja poss&iacute;vel no dia das elei&ccedil;&otilde;es. Por isso &eacute; que consideramos que o voto n&atilde;o &eacute; obriga&ccedil;&atilde;o e nem direito, mas real interesse de todo cidad&atilde;o, de sua fam&iacute;lia e da comunidade...<br /> &nbsp;<br /> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Por <b><i>Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br <br />