Erradicar a miséria: uma questão econômica ou de consciência?
26 de outubro de 2020 às 11:25
José de Paiva Netto
Dezessete de outubro, Dia Internacional da Erradicação da Pobreza. Reitero o fato que venho alertando desde o fim da década de 1970: a Solidariedade expandiu-se do luminoso campo da ética e apresenta-se como uma estratégia, de modo que o ser humano possa alcançar a própria sobrevivência. À globalização da miséria contrapomos a globalização da Fraternidade Ecumênica, que espiritualiza a Economia e solidariamente a disciplina, como forte instrumento de reação ao pseudofatalismo da pobreza. <br />
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Daí o indispensável valor da Caridade. E observem que não é de hoje que a tese de que “a Caridade não resolve nada” tem a defesa de alguns que atribuem a ela — acreditem — a manutenção do status quo, em que a pobreza e a miséria são apenas maquiadas por uma ineficiente ação assistencialista. <br />
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Esse tipo de postura carece, contudo, de um entendimento do real papel da Caridade na melhoria das condições de vida das populações. Vale notar, entretanto, que a defesa da inoperância dela, mesmo equivocada, chama a atenção para o combate à inércia e à covardia de muitos que, podendo auxiliar no incentivo e no crescimento social dos povos, preferem esquivar-se com parcas e míseras esmolas. Se bem que, para aquele que está com fome, toda ajuda é bem-vinda. <br />
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Disse o Profeta Muhammad (570-632) — “Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre ele!”: “Jamais alcançareis a virtude, até que façais caridade com aquilo que mais apreciardes. E sabei que, de toda caridade que fazeis, Allah bem o sabe”. <br />
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A Caridade, aliada à Justiça dentro da Verdade, é o combustível das transformações profundas. Sua ação é sutil, mas eficaz. A Caridade é Deus. <br />
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Por <i><b>José de Paiva Netto</b></i> ― Jornalista, radialista e escritor. <br />
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com