Minhas teorias são confirmadas pelas urnas

16 de novembro de 2020 às 16:51

Juarez Alvarenga
&ldquo;<i><b>O novo que chegou com vigor ainda n&atilde;o acabou de nascer e o velho n&atilde;o morreu de todo</b></i>.&rdquo; Gramsci<br /> <br /> O comodismo social torna a engenharia pol&iacute;tica repetitiva. A sociedade, at&eacute; ent&atilde;o, parecia, um fato consumado em classes estanques e imut&aacute;veis. A estrutura do poder delineava em perfil retumbante e personificado. Em analises sociol&oacute;gicas intuitivas, percebemos um novo e embrion&aacute;rio fen&ocirc;meno social, a ascens&atilde;o gradativa, serena e quase impercept&iacute;vel da burguesia comercial e outros setores similares. Hoje, estas classes despontam do anonimato, para evidencia social. E ser&aacute; sem d&uacute;vida, as vedetes deste in&iacute;cio de s&eacute;culo.<br /> <br /> Neste per&iacute;odo transacional, cuja fertilidade social nasce com consist&ecirc;ncia de uma nova classe e enterra, quinhentos anos, de predom&iacute;nio da oligarquia rural, encontramos na entressafra de estrutura arcaica para uma estrutura moderna.<br /> <br /> Os comerciantes burgueses t&ecirc;m que conscientizarem, que a &uacute;nica coisa que acontece da noite para o dia, &eacute; o sono, e isto d&aacute; em um processo gradativo, que teve in&iacute;cio no come&ccedil;o deste s&eacute;culo. Isto se deve a decad&ecirc;ncia paulatina, mas sempre evolutiva, da oligarquia rural.<br /> <br /> Existe um v&aacute;cuo do poder. De um lado, a deteriora&ccedil;&atilde;o da aristocracia rural, de outro, a classe emergente dos comerciantes e outros setores.<br /> <br /> Com a degenera&ccedil;&atilde;o profunda da oligarquia, e a ebuli&ccedil;&atilde;o termom&eacute;trica dos comerciantes, o poder passa a ter novo perfil, apesar de manter a mesma ideologia. N&atilde;o queremos criar rivalidades, apenas dizer que a mobilidade social &eacute; bastante interessante. Altern&acirc;ncias criam perspectivas novas e geram sensa&ccedil;&otilde;es tamb&eacute;m novas. Vendo seu trabalho gerar frutos, se empolgam e prosperam. O status social camuflado pelo brilho da oligarquia rural perde vitalidade reacendendo, com toda potencialidade, a luz clarividente dos novos burgueses. SUBMETENDO AOS FATOS N&Atilde;O EXISTE MAIS O STATUS POR NASCIMENTO, O STATUS ATUAL &Eacute; UMA CONQUISTA E N&Atilde;O UMA D&Aacute;DIVA, ANTIGAMENTE O HOMEM ERA SOMBRA DE SEUS ANCESTRAIS, HOJE, &Eacute; PRODUTO DE SUAS CONQUISTAS PERSONIFICADAS. A vida humana &eacute; de luta, sofrimento e tamb&eacute;m vitorias. Como estavam, sem altern&acirc;ncias classistas, caiam nas frustra&ccedil;&otilde;es e nas armadilhas existenciais. Os velhos comerciantes podem sustentar que suas lutas n&atilde;o foram em v&atilde;o. Plantaram para gera&ccedil;&otilde;es futuras. Acreditar nas altern&acirc;ncias &eacute; flexibilizar o poder e se conscientizarem que o homem deve e pode construir seu destino mudando sua trajet&oacute;ria, desde que trabalhe e n&atilde;o seja extremamente c&eacute;ptico.<br /> <br /> O status de ber&ccedil;o n&atilde;o tem mais sentido e raz&atilde;o de ser. Hoje, o homem &eacute; produto da sua luta e n&atilde;o repousa mais, no passado de seus ancestrais. A ebuli&ccedil;&atilde;o humana contaminou e enterrou o status de nascimento.<br /> <br /> Quando a oligarquia rural, hoje existe exce&ccedil;&atilde;o, ou seja, a mesma n&atilde;o &eacute; absolutamente poderosa, pois aqueles que n&atilde;o empobreceram, que &eacute; uma raridade, ainda conservam resqu&iacute;cios de poder. N&atilde;o &eacute; a classe que &eacute; poderosa s&atilde;o rar&iacute;ssimos indiv&iacute;duos isolados pertencentes &agrave; classe.<br /> <br /> O Brasil de altern&acirc;ncia &eacute; um Brasil de futuro. A vida n&atilde;o &eacute; um fato consumado como parecia no passado &eacute; hoje uma historia aberta onde escrevemos nosso enredo. E ESTA CONQUISTA QUE PRECISA DE AFIRMA&Ccedil;&Atilde;O DA BURGUESIA COMERCIAL, SER&Aacute; SEM DUVIDAS, O FEN&Ocirc;NEMO SOCIOLOGICO DESTE NOVO MILENIO.<br /> <br /> Houve nestas elei&ccedil;&otilde;es rar&iacute;ssimas vitorias pontual da oligarquia rural e n&atilde;o sistem&aacute;tica e de lavada como antigamente. Por isto n&atilde;o descredencia a veracidade de minhas teorias. Mesmo assim o segundo colocado ficou bem pr&oacute;ximo do primeiro. Quando a perda da generosidade comportamental da sociedade em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; aristocracia rural minhas teorias &eacute; de validade absoluta. Para fidelidade de minhas teses &eacute; importante ressaltar que a aristocracia rural deixou de ser protagonista principal do quadro eleitoral e passou a ser coadjuvante do processo. N&atilde;o &eacute; mudan&ccedil;a de ciclo e sim sacramenta&ccedil;&atilde;o de seu fim de poder que come&ccedil;ou com o descobrimento do Brasil nas capitanias heredit&aacute;rias e perdurou at&eacute; hoje.<br /> <br /> Com fim deste artigo conclu&iacute;mos que quase plenamente &eacute; explicito este novo comportamento da sociedade. Privilegiando os novos vencedores e penalizando os antigos. PARECE, QUE FELIZMENTE, A SELETIVIDADE NATURAL VENCEU A TRADI&Ccedil;&Atilde;O REAL.<br /> <br /> Alguns resultados isolados dando vit&oacute;ria da aristocracia rural &eacute; contingencia natural das mutabilidades do presente.<br /> <br /> A generosidade social da sociedade foi totalmente desfeita e alguns membros da aristocracia rural pode at&eacute; alcan&ccedil;ar o poder novamente. Mas ter&aacute; que reposicionar na fila. Ficando em p&eacute; de igualdade com os demais e n&atilde;o extremamente na frente como no passado. Pois a vida moderna n&atilde;o tem donos como antigamente, mas conquistadores.<br /> <br /> O mundo est&aacute; na quinta onda. Coqueiral agora que come&ccedil;a sair da primeira que foi a da terra. Acredito que com as pessoas de vanguarda da localidade podemos acertar o passo desenvolvimentista com os ares da modernidade rapidamente e n&atilde;o quase eternizar num ciclo que durou quinhentos anos.<br /> <br /> Por <i><b>Juarez Alvarenga</b></i>, advogado e escritor<br /> E-mail: juarezalvarengacru@gmail.com