Até quando o livro sobreviverá?

16 de novembro de 2020 às 16:56

Sandro Arquejada
Uma data comemorativa nos motiva em um dia a fazer mem&oacute;ria da relev&acirc;ncia de um objeto, institui&ccedil;&atilde;o ou pessoa, para a sua fam&iacute;lia, a sociedade, e o mundo. Assim, o Dia Nacional do Livro (29/10) &eacute; um momento prop&iacute;cio para refletirmos sobre a import&acirc;ncia da leitura, do conhecimento na forma&ccedil;&atilde;o da pessoa, na constru&ccedil;&atilde;o do pensamento e na educa&ccedil;&atilde;o dos seres humanos. Quanto vale o saber?<br /> &nbsp;<br /> Podemos ter como refer&ecirc;ncia o livro tradicional como conhecemos, o exemplar de papel, com capa, geralmente mais dura, e com ilustra&ccedil;&atilde;o ou mesmo fotos, entre v&aacute;rios outros formatos de livros que existem. Temos o livro digital ou e-book, e o livro &aacute;udio, ou seja, todo o conte&uacute;do narrado. O fato &eacute; que nem tanto o livro em si ganha novos formatos, mas as novas tecnologias que avan&ccedil;am, e ent&atilde;o surgem novas plataformas, aplicativos, aparelhos, que incorporam o livro. E esta &eacute; uma tend&ecirc;ncia para o futuro, embora n&atilde;o signifique o fim do formato tradicional, pois h&aacute; muita gente que ainda prefira o livro f&iacute;sico. &nbsp;<br /> &nbsp;<br /> Podemos refletir que talvez a maior amea&ccedil;a aos livros, nos dias atuais, sejam os v&iacute;deos e textos curtos, que exploram apenas frases de efeito nas diversas m&iacute;dias sociais. Mesmo havendo tanta disponibilidade de conte&uacute;do que possui o m&iacute;nimo de embasamento para determinada &aacute;rea, vemos que nem sempre h&aacute; a inten&ccedil;&atilde;o de levar informa&ccedil;&atilde;o de qualidade, pois muito do que est&aacute; em plataformas como Youtube e outras similares e nos cards, est&aacute; mais voltado para o entretenimento ou, infelizmente, para a dissemina&ccedil;&atilde;o de Fake News. Mas n&atilde;o podemos desconsiderar a facilidade do acesso a qualquer assunto no dia a dia. Por exemplo, se h&aacute; alguma d&uacute;vida, no modo de fazer algo, at&eacute; mesmo para acharmos alguma receita disso ou daquilo, recorremos a esses meios para aprender algo quase que instantaneamente.<br /> &nbsp;<br /> Sendo assim &eacute; importante direcionarmo-nos ao passado, e rever como era a busca por conhecimento. Na antiguidade, o aprendizado se dava pela oralidade, pela observa&ccedil;&atilde;o e&nbsp; pr&aacute;tica de determinado of&iacute;cio, ou por meio de manuscritos e livros. <br /> &nbsp;<br /> O livro era literalmente escrito &agrave; m&atilde;o, unidade por unidade, em couro ou em papiro, que &eacute; uma folha de planta aqu&aacute;tica (talvez, por isso chamemos o papel de folha), tratada e recortada para servir de p&aacute;gina. Muitos eram escritos em formato de rolo, manuseado por duas hastes, uma em cada ponta, depois que surgiu o pergaminho. Para encontr&aacute;-los era necess&aacute;rio ir em bibliotecas, pois, dificilmente, uma pessoa possu&iacute;a um livro em sua casa.<br /> &nbsp;<br /> Com a inven&ccedil;&atilde;o do papel e da impress&atilde;o com os tipos m&oacute;veis de Gutenberg, o livro se popularizou e ficou mais acess&iacute;vel. Foi a primeira revolu&ccedil;&atilde;o pela qual passou. Nisso vemos que n&atilde;o importa o formato, os tempos ou quais outras ferramentas necess&aacute;rias para se adquirir conhecimento existam. O livro est&aacute; consolidado h&aacute; mil&ecirc;nios como modo importante de adquirir o saber, e acredito que isso n&atilde;o mudar&aacute;.<br /> &nbsp;<br /> As tecnologias permitem que facilmente tenhamos acesso a um v&iacute;deo, texto, artigo, como este, que traz uma informa&ccedil;&atilde;o e discuss&atilde;o, mas que tamb&eacute;m, de forma breve, serve, num primeiro momento, para despertar um desejo de se aprofundar mais. <br /> &nbsp;<br /> Dessa forma, quando se quer saber mais, conhecer mais substancialmente determinado assunto, o livro se faz necess&aacute;rio. Se quiser uma hist&oacute;ria, com detalhes, daquelas que agu&ccedil;am a imagina&ccedil;&atilde;o, o livro &eacute; sempre a melhor pedida. Muitos consideram uma experi&ecirc;ncia mais intensa do que assistir &agrave; vers&atilde;o em filme.<br /> &nbsp;<br /> Outro aspecto a ser destacado &eacute; que, geralmente, o livro f&iacute;sico, de papel, gera um afeto em quem o l&ecirc;, a pessoa quer levar, guardar aquele conte&uacute;do. Principalmente aquele livro que foi mais relevante, que foi importante num momento espec&iacute;fico na vida do leitor, que mudou algo em sua vida, fez a diferen&ccedil;a. Aquele livro se tornou importante para ela, e acredito que haver&aacute; sempre pessoas que assim o elegem!<br /> &nbsp;<br /> <img src="/uploads/image/artigos_sandro-arquejada_missionario-comunicadade-cancao-nova.JPG" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Por <i><b>Sandro Arquejada</b></i> &eacute; mission&aacute;rio da Comunidade Can&ccedil;&atilde;o Nova. &Eacute; autor dos livros &ldquo;Maria, humana como n&oacute;s&rdquo; e &ldquo;As Cinco Fases do Namoro&rdquo;, pela Editora Can&ccedil;&atilde;o Nova.