Assalto a banco, prisão perpétua e pena de morte

03 de dezembro de 2020 às 18:38

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
O pa&iacute;s volta a ser sacudido pelos ataques de grupos armados a ag&ecirc;ncias banc&aacute;rias, transportadoras de valores, carros fortes e outros lugares onde s&atilde;o armazenadas elevadas somas em dinheiro. S&oacute; nesse come&ccedil;o de semana verificaram-se duas verdadeiras opera&ccedil;&otilde;es de guerra em Crici&uacute;ma (SC) e Camet&aacute; (PA). Um grupo de homens chega dirigindo ve&iacute;culos potentes &ndash; a maioria roubados &ndash; toma de assalto a cidade, obstrui a sa&iacute;da de viaturas e for&ccedil;as policiais, faz ref&eacute;ns e rouba tudo aquilo que consegue do cofre de bancos e institui&ccedil;&otilde;es cong&ecirc;neres. A coisa &eacute; t&atilde;o organizada que os salteadores chegam a usar uniformes camuflados e outros adere&ccedil;os que, numa situa&ccedil;&atilde;o normal, seriam inserv&iacute;veis, pois chamam a aten&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> Durante os &uacute;ltimos anos vimos cenas cinematogr&aacute;ficas como o assalto ao Banco Central, em Fortaleza (CE), onde a quadrilha cavou t&uacute;neis para chegar &agrave; caixa forte. O mesmo sistema de t&uacute;neis foi descoberto junto a sedes de transportadoras de valores em v&aacute;rios pontos do pa&iacute;s. Ultimamente o que mais tem ocorrido &eacute; a tomada de assalto das pr&oacute;prias ag&ecirc;ncias banc&aacute;ras que, via-de-regra, s&atilde;o explodidas com dinamites e outros artefatos. Isso j&aacute; aconteceu em cidades importantes de S&atilde;o Paulo, Rio e outros Estados e ultimamente v&ecirc;m se estendendo a cidades menores, onde as for&ccedil;as de seguran&ccedil;a s&atilde;o menos numerosas. J&aacute; houve casos de cidades onde a intelig&ecirc;ncia policial descobriu a imin&ecirc;ncia do assalto e refor&ccedil;ou a seguran&ccedil;a, obrigando os bandidos a desistir. Tamb&eacute;m tem ocorrido a pris&atilde;o de grande n&uacute;mero de integrantes dessas quadrilhas, o que deve t&ecirc;-las levado a migrar para outras regi&otilde;es.<br /> <br /> Os assaltantes est&atilde;o cada dia mais ousados. Nas &uacute;ltimas a&ccedil;&otilde;es, t&ecirc;m feito ref&eacute;ns com o objetivo de garantir a fuga e o sucesso da empreitada. Em Santa Catarina chegaram a amea&ccedil;ar invadir a esta&ccedil;&atilde;o de r&aacute;dio, obrigando-a a sair do ar para n&atilde;o continuar falando sobre o assalto em curso. &Eacute; preciso encontrar meios de deter esses grupos, comparados aos salteadores de dilig&ecirc;ncias que, quando crian&ccedil;a e jovem, assistimos nos filmes de faroeste.<br /> <br /> Considerando-se que se trata do crime organizado e planejado, e que n&atilde;o h&aacute; a possibilidade econ&ocirc;mica e nem material de aumentar o efetivo policial em todos os lugares a ponto de inibir essas a&ccedil;&otilde;es, a &uacute;nica alternativa vi&aacute;vel &eacute; radicalizar no apenamento. Seria do mais alto interesse nacional, o Governo editar Medida Provis&oacute;ria (com vigor imediato) para manter a flagr&acirc;ncia da pris&atilde;o dos participantes de assaltos dessa natureza, mesmo que venha a ocorrer dias, meses ou at&eacute; anos ap&oacute;s o evento. E estabelecer que fiquem recolhidos at&eacute; o julgamento. Ainda mais: levando-se que a a&ccedil;&atilde;o desses grupos &eacute; uma verdadeira guerra, estabelecer que os praticantes de assaltos sem v&iacute;timas pessoais possam ser condenados &agrave; pris&atilde;o perp&eacute;tua e a aqueles cuja a&ccedil;&atilde;o redundar em morte ou tortura &ndash; a manuten&ccedil;&atilde;o de ref&eacute;ns, por exemplo &ndash; sejam condenados &agrave; pena de morte.<br /> <br /> Embora os institutos da pris&atilde;o perp&eacute;tua e da pena de morte n&atilde;o sejam hoje dispon&iacute;veis na legisla&ccedil;&atilde;o nacional, nada obsta que o Governo e o Congresso Nacional &ndash; ambos respons&aacute;veis pela elabora&ccedil;&atilde;o das leis - fa&ccedil;am as devidas altera&ccedil;&otilde;es para atender a essa urgente excepcionalidade. Isso existe nos pa&iacute;ses e democracias mais avan&ccedil;adas do mundo como uma necessidade, pois quando rompe os limites da racionalidade, o criminoso s&oacute; pode ser contido atrav&eacute;s da imin&ecirc;ncia de priva&ccedil;&atilde;o definitiva da sua liberdade ou da abrevia&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;pria vida. Depois de tantos anos de permissividade e demagogia, o Estado Brasileiro necessita desse instrumento forte &agrave; sua disposi&ccedil;&atilde;o, embora todos desejemos nunca utiliz&aacute;-los, desde que cessem os crimes que justificarem sua ado&ccedil;&atilde;o...<br /> &nbsp;<br /> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Por <i><b>Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</b></i> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br