Uma nova forma de ensinar e aprender

03 de dezembro de 2020 às 18:39

Bruno Luis Simão
Durante a pandemia do coronav&iacute;rus, ouvimos muito falar nos profissionais de sa&uacute;de como m&eacute;dicos, enfermeiros, fisioterapeutas etc. Profissionais que est&atilde;o na linha de frente. No entanto, h&aacute; uma categoria de profissionais que ainda n&atilde;o foi comentada: os professores. Eles trabalham em casa e est&atilde;o aprendendo novas habilidades pedag&oacute;gicas, tecnol&oacute;gicas todos os dias, a fim de continuar formando novos profissionais da sa&uacute;de.<br /> <br /> Nesse per&iacute;odo, o professor est&aacute; aprendendo que mesmo &agrave; dist&acirc;ncia, ele pode continuar ensinando usando ferramentas at&eacute; ent&atilde;o desconhecidas (como videoconfer&ecirc;ncia). Aquele conhecimento que normalmente era compartilhado pessoalmente em um passado n&atilde;o t&atilde;o distante, ainda est&aacute; sendo compartilhado, por&eacute;m neste presente, remotamente. Como todos sabemos, muitas s&atilde;o as vari&aacute;veis nesta nova realidade, como a educa&ccedil;&atilde;o a dist&acirc;ncia para crian&ccedil;as, jovens e adultos. Independentemente de haver uma pandemia, os professores continuam sendo formadores de opini&atilde;o, fontes de conhecimento e aprendizes que difundem ideias e pensamentos atrav&eacute;s do ensino. Nas palavras de Fabr&iacute;cio Carpinejar &ldquo;um professor sempre ser&aacute; melhor que o Google&rdquo;. &nbsp;<br /> <br /> Habituados a utilizar quadro, giz, din&acirc;micas de grupo, slides, jogos e v&aacute;rias outras &ldquo;estrat&eacute;gias pedag&oacute;gicas&rdquo; para ensinar e acessar a todos os alunos, durante a pandemia, esses profissionais est&atilde;o se reformulando, revisitando suas pr&oacute;prias pr&aacute;ticas. Assim como os profissionais de sa&uacute;de, eles est&atilde;o se conscientizando sobre como lidar com o coronav&iacute;rus aprendendo novas maneiras de continuar ensinando, mas agora, sem ter que sair de casa.<br /> <br /> A mudan&ccedil;a chegou, e com ela a reformula&ccedil;&atilde;o de h&aacute;bitos comuns de toda a popula&ccedil;&atilde;o, do professor, e de seu m&eacute;todo de ensino. O que est&atilde;o chamando hoje de &quot;novo normal&quot; est&aacute; intimamente ligado tamb&eacute;m ao ensino &agrave; dist&acirc;ncia, o que infelizmente at&eacute; poucos meses atr&aacute;s j&aacute; foi motivo de severas cr&iacute;ticas.<br /> <br /> Mas por quanto tempo &eacute; este o futuro? Ser&aacute; que j&aacute; n&atilde;o &eacute; hora de rever as estrat&eacute;gias de ensino na &aacute;rea da sa&uacute;de tamb&eacute;m? Com certeza, o conhecimento sempre ser&aacute; uma das ferramentas mais poderosas para a forma&ccedil;&atilde;o de um indiv&iacute;duo, em qualquer &aacute;rea que seja. N&atilde;o h&aacute; d&uacute;vida de que um trabalho importante deve ser feito pessoalmente. Nada poder&aacute; substituir o contato, o toque, a presen&ccedil;a, o olho no olho. Por&eacute;m, considerando que esse conhecimento pode chegar a lugares e comunidades onde a possibilidade de aprender uma nova carreira nunca foi pensada, muitas pontes precisam ser constru&iacute;das. O andar do conhecimento precisa se desprender da mat&eacute;ria.<br /> <br /> A partir de agora, os cursos a dist&acirc;ncia e semipresenciais ganhar&atilde;o maior visibilidade. Comprava-se que o conhecimento n&atilde;o &eacute; mais est&aacute;tico a apenas um c&eacute;rebro. Ele agora faz parte de uma rede, est&aacute; conectado com a tecnologia e existem milhares de c&eacute;rebros por tr&aacute;s dele para gerar novos conhecimentos e espalhar esse conhecimento infinito para os quatro cantos do mundo.<br /> <br /> Antes pensar em participar de grandes eventos como congressos, simp&oacute;sios, etc. eram sin&ocirc;nimos de grandes despesas. Passagem a&eacute;rea, hospedagem, inscri&ccedil;&atilde;o, alimenta&ccedil;&atilde;o, tudo para a obten&ccedil;&atilde;o de conhecimentos espec&iacute;ficos alinhados as pr&oacute;prias realiza&ccedil;&otilde;es. Neste &ldquo;novo normal&rdquo; esses eventos podem ser realizados por meio de plataformas na Internet, que tamb&eacute;m permitem a cria&ccedil;&atilde;o de novas redes.<br /> <br /> E algu&eacute;m pergunta: &ldquo;Mas onde ficam as interrela&ccedil;&otilde;es? Onde fica a socializa&ccedil;&atilde;o? Como podemos nos relacionar somente &agrave; dist&acirc;ncia? Como ser&aacute; o futuro?&rdquo;<br /> <br /> E a resposta &eacute; simples: este artigo foi escrito durante o per&iacute;odo de pandemia do coronav&iacute;rus, sendo assim, estamos todos os dias aprendendo novos h&aacute;bitos, a construir novas rela&ccedil;&otilde;es, estabelecendo novas conex&otilde;es.<br /> <br /> As interrela&ccedil;&otilde;es, o contato f&iacute;sico entre as pessoas pode at&eacute; diminuir, mas nossos valores, como uni&atilde;o, honestidade, compaix&atilde;o e respeito, n&atilde;o poder&atilde;o ser eliminados, esta &eacute;, sem d&uacute;vida, uma educa&ccedil;&atilde;o que nos ajuda a responder muitas das quest&otilde;es levantadas neste artigo.<br /> <br /> E o futuro? Bom, este nos sugere que assim como m&eacute;dicos, enfermeiros, PROFESSORES e demais profissionais, todos precisaremos recriar e cocriar.<br /> &nbsp;<br /> Por <b><i>Bruno Luis Sim&atilde;o</i></b> &eacute; especialista em psicopedagogia e educa&ccedil;&atilde;o especial, e professor da Escola Superior de Educa&ccedil;&atilde;o do Centro Universit&aacute;rio Internacional Uninter.