Alfabetização em tempos de pandemia

03 de fevereiro de 2021 às 12:14

Luciana Brites
Depois de um ano cansativo e totalmente at&iacute;pico, a indefini&ccedil;&atilde;o sobre o rein&iacute;cio das aulas presenciais e o medo do coronav&iacute;rus podem desanimar pais e alunos. H&aacute; ainda muita d&uacute;vida sobre como ser&aacute; a aprendizagem, educa&ccedil;&atilde;o e alfabetiza&ccedil;&atilde;o com esse misto de atividades presenciais e online. Nesse momento, devemos trabalhar junto com as crian&ccedil;as a resili&ecirc;ncia, que &eacute; a capacidade do indiv&iacute;duo em lidar com problemas e adaptar-se a mudan&ccedil;as. <br /> &nbsp;<br /> Pais que est&atilde;o com os filhos em idade de alfabetiza&ccedil;&atilde;o est&atilde;o preocupados. O processo de alfabetiza&ccedil;&atilde;o vai coroar a estimula&ccedil;&atilde;o do desenvolvimento da crian&ccedil;a, que foi incentivada quando tinha 2 ou 3 anos atrav&eacute;s de cores, sons e letras de forma l&uacute;dica. Estudos cient&iacute;ficos mostram que a partir dos 6 anos podemos come&ccedil;ar o processo de alfabetiza&ccedil;&atilde;o sistem&aacute;tica e este vai at&eacute; os sete anos e meio. Esse per&iacute;odo &eacute; importante, porque nessa fase a crian&ccedil;a est&aacute; mais apta para habilidades de leitura e escrita. &nbsp;<br /> &nbsp;<br /> J&aacute; aos 7 anos, come&ccedil;a um trabalho nas s&iacute;labas mais complexas e nas dificuldades ortogr&aacute;ficas. Lembrando que crian&ccedil;as na Inglaterra, aos 7 anos leem 40 palavras por minuto. Logo, o processo de alfabetiza&ccedil;&atilde;o pode ser sistematizado e mais estimulado nessa idade. <br /> &nbsp;<br /> A alfabetiza&ccedil;&atilde;o &eacute; o processo de decodifica&ccedil;&atilde;o da letra e do som. N&oacute;s escrevemos utilizando letras que representam um som, por isso que se fala que a nossa escrita &eacute; alfab&eacute;tica. Em especial por conta da pandemia, &eacute; ainda mais importante os pais inclu&iacute;rem na rotina atividades que fa&ccedil;am essa correla&ccedil;&atilde;o, mostrando as letras e principalmente o som daquela letra, trabalhando de forma l&uacute;dica durante 30 minutos todos os dias. <br /> &nbsp;<br /> Um dos erros mais comuns no processo de alfabetiza&ccedil;&atilde;o &eacute; achar que devemos ensinar a letra primeiro para que as crian&ccedil;as aprendam a ler e escrever. A letra &eacute; importante, mas antes da letra, um dos passos fundamentais para o processo de estimula&ccedil;&atilde;o para as habilidades de leitura e escrita &eacute; a estimula&ccedil;&atilde;o da consci&ecirc;ncia fonol&oacute;gica. A consci&ecirc;ncia fonol&oacute;gica &eacute; a percep&ccedil;&atilde;o da sonoridade das palavras. <br /> &nbsp;<br /> Ela deve ser incentivada de forma l&uacute;dica entre 3 a 5 anos. Podemos estimular usando rimas e m&uacute;sicas com rimas. Com isso, estamos brincando com o som das palavras e, assim, as crian&ccedil;as percebem que h&aacute; palavras com sons parecidos. Associar palavras com o mesmo som, como, por exemplo, panela e canela, &eacute; uma habilidade essencial na hora da alfabetiza&ccedil;&atilde;o. <br /> &nbsp;<br /> Outros erros que muitas vezes s&atilde;o cometidos durante a alfabetiza&ccedil;&atilde;o s&atilde;o a falta de rotina e a sistematicidade. Na escola tem que ter um planejamento e uma programa&ccedil;&atilde;o. Logo, em casa tamb&eacute;m. A crian&ccedil;a tem que estar ciente do que est&aacute; acontecendo e que aquele momento &eacute; de estudar. &Eacute; preciso ter um planejamento claro das atividades e do objetivo. N&atilde;o devemos deixar a crian&ccedil;a com muitas atividades ou sem. <br /> &nbsp;<br /> Nesse per&iacute;odo de pandemia, tudo est&aacute; sendo um aprendizado para educadores, pais e alunos. Devemos ter empatia e tentar, mais do que nunca, estimular nossos filhos em casa. Converse com o professor e veja o que pode ser feito. Fale com ele sobre poss&iacute;veis dificuldades do seu filho. A uni&atilde;o entre pais e escola vai ajudar muito no desenvolvimento do seu filho. <br /> <br /> <img src="/uploads/image/artigos_luciana-brites_psicopedagoga-ceo-instituto-neurosaber.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> Por <i><b>Luciana Brites</b></i>, psicopedagoga e CEO do Instituto NeuroSaber (<a href="http://www.neurosaber.com.br" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><u><i>www.neurosaber.com.br</i></u></span></a>), Luciana Brites &eacute; autora de livros sobre educa&ccedil;&atilde;o e transtornos de aprendizagem, palestrante, especialista em Educa&ccedil;&atilde;o Especial na &aacute;rea de Defici&ecirc;ncia Mental e Psicopedagogia Cl&iacute;nica e Institucional pela UniFil Londrina e em Psicomotricidade pelo Instituto Superior de Educa&ccedil;&atilde;o ISPE-GAE S&atilde;o Paulo, al&eacute;m de ser Mestranda em Dist&uacute;rbios do Desenvolvimento pelo Mackenzie <br />