De geração para geração: o que muda no processo de ensino-aprendizagem?

11 de agosto de 2021 às 18:23

Alvaro Luis Cruz
<div>Recentemente, um embate que come&ccedil;ou nas redes sociais ganhou repercuss&atilde;o nacional e, de repente, ser ou n&atilde;o ser cringe era a quest&atilde;o. Cringe, para a gera&ccedil;&atilde;o Z, s&atilde;o pessoas, atitudes ou coisas fora de moda, ultrapassadas ou constrangedoras, como alguns h&aacute;bitos dos millennials. Sem entrar no m&eacute;rito se tomar caf&eacute; ou rir com &quot;hahaha&quot; &eacute; cringe ou n&atilde;o, o fato &eacute; que as diferen&ccedil;as entre as gera&ccedil;&otilde;es trazem para o centro do sistema educacional a necessidade de entender como elas aprendem de formas diferente e porqu&ecirc;.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <div>Quem nasceu entre 1940 e 1960, por exemplo, pertence &agrave; chamada gera&ccedil;&atilde;o baby boomer. Nascidos ap&oacute;s a Segunda Guerra Mundial, na vida adulta foram os primeiros a crescer em contato com a televis&atilde;o tendo no ve&iacute;culo a fonte principal para se informar. Para eles, o processo de ensino-aprendizagem precisa ter um racioc&iacute;nio mais linear, com come&ccedil;o, meio e fim.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <div>J&aacute; para os nascidos entre 1960 a 1980, a gera&ccedil;&atilde;o X, ficou marcada pelos questionamentos dos costumes e viu nascer os primeiros computadores. Por isso, passam a priorizar formatos h&iacute;bridos, valorizando a flexibilidade e a aprendizagem colaborativa.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <div>Depois disso e at&eacute; 1995, vieram os chamados millennials, ou gera&ccedil;&atilde;o y, que acompanharam o boom tecnol&oacute;gico e a expans&atilde;o da internet. Justamente por estarem mais integrados e familiarizados com os dispositivos m&oacute;veis, est&atilde;o acostumados com um grande fluxo de informa&ccedil;&otilde;es e, sendo multitarefas, preferem aprender de maneira mais informal.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <div>Nascidos entre 1996 e 2010 temos a gera&ccedil;&atilde;o z, conhecidos como nativos digitais. Conectados, consomem informa&ccedil;&atilde;o principalmente via smartphones e preferem conte&uacute;dos em v&iacute;deos curtos, fotos e jogos interativos, aprendem de m&uacute;ltiplas maneiras, s&atilde;o multifocais e convergem em diferentes plataformas e apresentam racioc&iacute;nio n&atilde;o-linear.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <div>A partir de 2010 temos a gera&ccedil;&atilde;o alpha, a primeira 100% conectada. Formada pelos filhos dos millennials, pertencem a um mundo tecnol&oacute;gico e conectado desde os primeiros meses de vida. Para eles, o digital e a &quot;vida real&quot; s&atilde;o uma &uacute;nica coisa. Com isso, as formas de se relacionar, aprender e experimentar s&atilde;o totalmente novas.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <div>Os alphas t&ecirc;m na tecnologia uma extens&atilde;o de sua forma de conhecer o mundo e por estarem constantemente expostos a anima&ccedil;&otilde;es, aplicativos e jogos interativos, dificilmente se adaptam ao modo tradicional de ensino. A tecnologia na educa&ccedil;&atilde;o, portanto, passa a ser fundamental. Mais independentes e com um potencial maior de resolver problemas que seus pais e av&oacute;s, eles apresentam uma forma de aprendizado mais horizontal e, apesar do grande contato com tecnologia, preferem ensino personalizado, e educa&ccedil;&atilde;o h&iacute;brida que possam aplicar em situa&ccedil;&otilde;es do cotidiano.</div> <div>&nbsp;</div> <div>Toda essa tecnologia que cerca os nascidos na gera&ccedil;&atilde;o alpha acaba influenciando diretamente no desenvolvimento deles, que d&atilde;o muito mais valor &agrave;s experi&ecirc;ncias do que a objetos e bens materiais.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <div>Seja para brincar ou escolher o que assistir no computador, tudo &eacute; motivo para interagir, inventar e conectar sempre.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <div>Com a pandemia de covid-19, o mundo deve acompanhar o nascimento de uma nova gera&ccedil;&atilde;o, a gera&ccedil;&atilde;o p (p de pandemia). S&atilde;o crian&ccedil;as nascidas ou que viveram a inf&acirc;ncia em isolamento social e, por isso, tiveram que experimentar um aprendizado altamente tecnol&oacute;gico e remoto. As crian&ccedil;as dessa gera&ccedil;&atilde;o v&atilde;o demandar um ensino muito interativo, pr&aacute;tico, m&atilde;o na massa, com metodologias ativas e presen&ccedil;a indispens&aacute;vel da tecnologia.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <div>Enfim, as crian&ccedil;as est&atilde;o vivendo um modelo de escola muito diferente do que n&oacute;s vivemos e, se daqui a alguns anos tamb&eacute;m ser&atilde;o chamadas de cringe n&atilde;o se sabe. O certo &eacute; que de baby boomers a gera&ccedil;&atilde;o P, todas as gera&ccedil;&otilde;es trazem uma nova forma de olhar o mundo, se transformam e modificam a sociedade.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <img src="/uploads/image/artigos_alvaro-luis-cruz_vice-presidente-educacional-ecossistema-tecnologia-e-inovacao.jpg" width="60" height="80" hspace="3" align="left" alt="" /> <div><br /> <br /> <br /> Por <i><b>Alvaro Luis Cruz</b></i> &eacute; vice-presidente do Educacional - Ecossistema de Tecnologia e Inova&ccedil;&atilde;o.&nbsp;</div> <div><br /> <br /> <br /> <br /> <br /> &nbsp;</div>