A Força do Altruísmo

11 de agosto de 2021 às 18:28

José de Paiva Netto
<div>Pe&ccedil;o licen&ccedil;a para compartilhar com os distintos leitores algumas linhas inspiradas no esfor&ccedil;o de Boa Vontade.</div> <div>&nbsp;</div> <div>De meu ensaio liter&aacute;rio Sociologia do Universo, consoante nossa cren&ccedil;a no valor do altru&iacute;smo, ressalto que n&atilde;o &eacute; por acreditarmos nele, inclusive na &aacute;rea dos neg&oacute;cios, que devamos ser considerados tolos. Temos consci&ecirc;ncia plena dos estorvos, at&eacute; mesmo nos campos econ&ocirc;mico e social, a exemplo da trag&eacute;dia da corrup&ccedil;&atilde;o, que qualquer comunidade ou pa&iacute;s precisa corajosamente enfrentar e vencer. Ao propormos, h&aacute; d&eacute;cadas, a Economia da Solidariedade Espiritual e Humana como Estrat&eacute;gia de Sobreviv&ecirc;ncia, tomamos parte na rigorosa torcida dos que desejam ver corrigidos os muitos sen&otilde;es que prejudicam a sociedade.</div> <div>&nbsp;</div> <div>Um dos mais expressivos fil&oacute;sofos espanh&oacute;is, Jos&eacute; Ortega y Gasset (1883-1955) vem ao encontro desse antigo preceito ao afirmar: &ldquo;Estado e projeto de vida, programa de a&ccedil;&atilde;o ou conduta humanos s&atilde;o termos insepar&aacute;veis. As diferentes classes de Estado nascem das maneiras segundo as quais o grupo empreendedor estabele&ccedil;a a colabora&ccedil;&atilde;o com os outros&rdquo;.</div> <div>&nbsp;</div> <div>Quando mais o amea&ccedil;a a viol&ecirc;ncia, o desenvolvimento de um povo n&atilde;o pode prescindir do esp&iacute;rito filantr&oacute;pico, portanto, humanit&aacute;rio, aliado ao de &iacute;ntegra justi&ccedil;a e competente gest&atilde;o. Os persas, que seguiam a doutrina de Zaratustra (c. 660-583 a.C.), ensinavam: &ldquo;Aquele que &eacute; indiferente ao bem-estar dos outros n&atilde;o merece ser chamado homem&rdquo;.&nbsp;</div> <div>&nbsp;</div> <div>Deng Xiaoping (1904-1997), que iniciou no s&eacute;culo 20 uma s&eacute;rie de profundas reformas na China, destacou uma li&ccedil;&atilde;o do que n&atilde;o se deve fazer para alcan&ccedil;ar a conc&oacute;rdia: &ldquo;H&aacute; pessoas que criticam os outros para ganhar fama, pisando os ombros alheios para ascender a posi&ccedil;&otilde;es-chave&rdquo;.</div> <div>&nbsp;</div> <div>Por tudo isso, o que justamente sugerimos, alicer&ccedil;ados em Jesus, &eacute; a Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, que vai al&eacute;m do que inspirou a economia solid&aacute;ria estudada pelo ilustre soci&oacute;logo &Eacute;mile Durkheim (1858-1917). Basta lembrar que o Divino Mestre, como o chamava Francisco de Assis (1182-1226), advertiu: &ldquo;Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos fa&ccedil;am, assim fazei-o v&oacute;s tamb&eacute;m a eles, porque esta &eacute; a Lei e os Profetas (Evangelho, segundo Mateus, 7:12)&rdquo;.</div> <div>&nbsp;</div> <div>A Economia que preconizamos &eacute; hol&iacute;stica, porquanto nos convida a vislumbrar a nossa verdadeira origem, a espiritual. Somente assim haver&aacute; a humaniza&ccedil;&atilde;o e a espiritualiza&ccedil;&atilde;o do Estado, a come&ccedil;ar pela pr&oacute;pria criatura, ou seja, sob o banho lustral da Caridade Ecum&ecirc;nica, que n&atilde;o faz acep&ccedil;&atilde;o de pessoas, pois considera que &mdash; acima de etnia, cren&ccedil;a, descren&ccedil;a, vis&atilde;o pol&iacute;tica, orienta&ccedil;&atilde;o sexual, idade &mdash; estamos diante de seres espirituais e terrenos, que suplicam socorro e compreens&atilde;o.</div> <div>&nbsp;</div> <div>Bem a prop&oacute;sito, declarou o heroico Nelson Mandela (1918-2013): &ldquo;A bondade humana &eacute; uma chama que pode ser oculta, jamais extinta&rdquo;.</div> <div>&nbsp;</div> <div>As louv&aacute;veis iniciativas do Terceiro Setor, quando adequadamente empregadas, s&atilde;o parte indispens&aacute;vel do bom desenvolvimento das comunidades. Assim exercemos, por exemplo, uma excelente pr&aacute;tica social e da Cidadania, que deve ser mais bem compreendida por todos.</div> <div>&nbsp;</div> <div>Da&iacute;, ao falarmos em Amor Fraterno e Universal, absolutamente n&atilde;o nos queremos situar no reino nefelib&aacute;tico. Temos, contudo, certeza de que o sentimento bom, de generosidade, &eacute; fator primordial para uma civiliza&ccedil;&atilde;o em que o Esp&iacute;rito Eterno do ser humano seja o fulcro. Sobre essa intelig&ecirc;ncia espiritual, firma-se a revolu&ccedil;&atilde;o que ainda urge ser conclu&iacute;da, aquela que se realiza na Alma das criaturas e por interm&eacute;dio delas se perpetua. E a&iacute; entra a educa&ccedil;&atilde;o eficiente; mais que isso, a reeduca&ccedil;&atilde;o eficaz. E tal &eacute; imprescind&iacute;vel, na consolida&ccedil;&atilde;o da cidadania plena, para o perfeito exerc&iacute;cio da autoridade.</div> <div>&nbsp;</div> <div>Li&ccedil;&atilde;o do saudoso soci&oacute;logo Herbert de Souza (1935-1997), o Betinho, que devemos recordar: &ldquo;A partir da &eacute;tica &eacute; poss&iacute;vel formular os cinco princ&iacute;pios concretos da democracia: igualdade, liberdade, diversidade, participa&ccedil;&atilde;o e solidariedade &mdash; existindo simultaneamente&rdquo;.</div> <div>&nbsp;</div> <div>Bem merecido e exato foi o pr&ecirc;mio cultural que recebeu no fim de 1996, do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecum&ecirc;nica, o ParlaMundi da LBV, em Bras&iacute;lia/DF: a Ordem do M&eacute;rito da Fraternidade Ecum&ecirc;nica, na categoria &ldquo;Solidariedade&rdquo;. Como escrevi no artigo &ldquo;Um cidad&atilde;o chamado Solidariedade&rdquo;: A luta contra a fome, da qual Betinho se tornou poderoso ar&iacute;ete, naturalmente reclama constantes investidas.&nbsp; &nbsp;</div> <div>&nbsp;&nbsp;</div> <div>Portanto, coloquemos sempre um pouco de miseric&oacute;rdia, somada ao justo bom senso, no nosso olhar, nas atitudes para com o pr&oacute;ximo, conhecido ou n&atilde;o; na intera&ccedil;&atilde;o com o vizinho, seja ele indiv&iacute;duo ou pa&iacute;s. A t&atilde;o sonhada Paz pode vir tamb&eacute;m desse entendimento.</div> <div>&nbsp;</div> <div>&Eacute; indispens&aacute;vel, por&eacute;m, jamais nos esquecermos desta eloquente reflex&atilde;o de Conf&uacute;cio (551-479 a.C.): &ldquo;Paga-se a bondade com a bondade, e o mal com a justi&ccedil;a&rdquo;.</div> <div>&nbsp;</div> <div><img src="https://www.novoeste.com/uploads/image/artigos_paiva-neto_lbv.jpg" alt="" width="60" hspace="3" height="80" align="left" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;" /><br style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;" /> <br style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;" /> <span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por&nbsp;</span><i style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Jos&eacute; de Paiva Netto</b></i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">, jornalista, radialista e escritor.</span><br style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;" /> <a href="http://mailto:paivanetto@uol.com.br/" target="_blank" style="text-decoration-line: none; color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><u><i>paivanetto@lbv.org.br</i></u></span></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">&nbsp;-&nbsp;</span><a href="http://www.boavontade.com/" target="_blank" style="text-decoration-line: none; color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><u><i>www.boavontade.com</i></u></span></a></div>