As incertezas desse 7 de setembro

06 de setembro de 2021 às 16:31

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
<div>Afora a celebra&ccedil;&atilde;o de car&aacute;ter hist&oacute;rico &ndash; o 199&ordm; anivers&aacute;rio da Independ&ecirc;ncia &ndash; viveremos nesse 7 de setembro a preocupa&ccedil;&atilde;o com o equil&iacute;brio institucional. A querela entre Executivo e Judici&aacute;rio, protagonizada pelo presidente da Rep&uacute;blica e ministros do Supremo Tribunal Federal, e a omiss&atilde;o do Legislativo (Senado e C&acirc;mara Federal) na prerrogativa de decidir sobre os pedidos de afastamento formulados tanto para o presidente quanto aos ministros do Judici&aacute;rio, conduz a Na&ccedil;&atilde;o a um mar de incertezas. Seriam bravatas os &ldquo;ultimatos&rdquo; de Jair Bolsonaro a ministros da corte superior; o que representam os procedimentos radicais e invasivos do STF sobre a &aacute;rea de atribui&ccedil;&otilde;es do Executivo e do Legislativo? E as pris&otilde;es incomuns de pol&iacute;ticos e militant es que o STF vem decretando por conta pr&oacute;pria e atuando como investigador, acusador e julgador, como terminar&atilde;o? E as atitudes de ministros contra o governo?</div> <div>&nbsp;</div> <div>O &uacute;nico 7 de setembro diferenciado dos demais &ndash; apenas hist&oacute;ricos &ndash; foi o de 1961, quando o vice-presidente Jo&atilde;o Goulart assumiu o governo depois da ren&uacute;ncia do presidente J&acirc;nio Quadros. Nos demais, tivemos apenas a homenagem ao feito de D. Pedro I e o proselitismo em torno da independ&ecirc;ncia do pa&iacute;s no conjunto das na&ccedil;&otilde;es. Mas hoje existem as narrativas mais estapaf&uacute;rdias. Discute-se ao mesmo tempo a possibilidade e a impossibilidade de um golpe militar como os j&aacute; havidos no passado republicano, especula-se sobre o futuro dos ministros, questiona-se a atua&ccedil;&atilde;o da suprema corte e sua denunciada atua&ccedil;&atilde;o contra Bolsonaro e favor&aacute;vel ao ex-presidente Lula, entre outras diverg&ecirc;ncias.</div> <div>&nbsp;</div> <div>As narrativas, intransig&ecirc;ncias e impropriedades v&ecirc;m em larga escala desde o impeachment de Dilma Russeff e da derrocada do Partido dos Trabalhadores nas urnas de 2018. O clima pesado do per&iacute;odo eleitoral n&atilde;o cessou mesmo depois de conhecidos os resultados e empossados os eleitos. E a sociedade paga o pre&ccedil;o da instabilidade. O esp&iacute;rito belicoso se faz presente na milit&acirc;ncia &ndash; hoje polarizada entre direita e esquerda &ndash; e polui at&eacute; os chefes e altos integrantes dos poderes que, tendo a obriga&ccedil;&atilde;o de mant&ecirc;-los, jamais deveriam radicalizar e polemizar.</div> <div>&nbsp;</div> <div>As expectativas de hoje v&atilde;o da possibilidade ou n&atilde;o de as For&ccedil;as Armadas darem o golpe &ndash; fechar o STF, o Parlamento e o presidente da Rep&uacute;blica &ndash; para come&ccedil;ar tudo de novo. N&atilde;o &eacute; cr&iacute;vel que vamos chegar a tanto e nem que em fun&ccedil;&atilde;o do que acontecer nas ruas haja altera&ccedil;&atilde;o institucional. Poder&atilde;o, no m&aacute;ximo, alguns contendores sa&iacute;rem fortalecidos e outros enfraquecidos e essa nova rela&ccedil;&atilde;o de for&ccedil;as levar a um acordo onde cessem as contendas. S&oacute; isso j&aacute; seria uma boa solu&ccedil;&atilde;o para o pa&iacute;s.&nbsp; Lembremos, no entanto, que ningu&eacute;m sabe ao certo o tamanho do cacife que cada um dos briguentos institucionais carrega em suas costas. Torcemos para que n&atilde;o seja o suficiente para encarar a solu&ccedil;&atilde;o de for&ccedil;a, que n&amp;a tilde;o interessa a nenhum de n&oacute;s brasileiros.</div> <div>&nbsp;</div> <div>O clima pol&iacute;tico tenso leva, inclusive, ao impasse sobre a participa&ccedil;&atilde;o de policiais militares nas comemora&ccedil;&otilde;es da Independ&ecirc;ncia. Elas ser&atilde;o bolsonaristas na vis&atilde;o dos opositores ao presidente e c&iacute;vicas na opini&atilde;o presidencial. O presidente chama a classe para comparecer invocando o direito de cidad&atilde;o. Governadores e outros opositores invocam os regulamentos militares que vedam a participa&ccedil;&atilde;o da tropa em eventos pol&iacute;ticos e reivindicat&oacute;rios. Nas tropas estaduais existem tanto os que querem como os que n&atilde;o pretendem ir &agrave;s manifesta&ccedil;&otilde;es. O bom &eacute; que todos pensem bem antes de decidir e fa&ccedil;am o que lhes parecer melhor. Se comparecer, exerce a cidadania mas pode ser atingido pelo regulamento disciplinar. Sejamos conscientes do&nbsp; melhor a essa altura dos acontecimentos...<br /> &nbsp;</div> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" height="81" hspace="3" align="left" alt="" /> <div><br /> <br /> <br /> Por <b><i>Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) -&nbsp;aspomilpm@terra.com.br&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</div> <div>&nbsp;</div>