O dia 7 de janeiro é o dia Nacional do Leitor, dia para homenagearmos nossos parceiros, sem os quais não existiríamos. Eu nem sabia que existia este dia, mas gosto da ideia, pois é mais um dia no qual podemos aproveitar para refletir sobre o acesso à leitura por parte de todas as camadas da população. Aliás, por que não um mês? Janeiro, o mês do leitor. Um mês para lembrarmos dos leitores, incentivarmos a leitura, trabalharmos para possibilitarmos aos leitores em formação o hábito da leitura.
Infelizmente, o número de leitores parece não ter a tendência de crescer, apesar do confinamento durante a pandemia, que fez com que tivéssemos mais tempo para ler. Lemos mais, sim, no período que ficamos em casa, mas a julgar pela qualidade do nosso ensino, da nossa educação, que vem proporcionando cada vez menos que os leitores em formação saiam dos primeiros anos do primeiro grau gostando de ler, essa tendência terá sido passageira. Até porque o ensino, no Brasil, que já estava ruim, está ainda pior com dois anos perdidos durante a pandemia, 2020 e 2021, com as escolas fechadas.
Os estudantes do ensino fundamental estavam chegando ao terceiro, quarto ano sem saber, efetivamente, ler e escrever. O que será agora, depois de dois períodos escolares sem aulas? Nossas escolas públicas estavam, literalmente, caindo aos pedaços, os professores não eram suficientemente qualificados e também nunca foram pagos condignamente. E as próprias modificações que o poder público fez, até agora, na educação – como mudar a maneira de alfabetizar as crianças, aumentar o prazo para que as crianças sejam alfabetizadas, tentando legalizar a falência do ensino, e transformar as 13 ou mais disciplinas do ensino fundamental e médio em apenas quatro áreas, numa óbvia tentativa de diminuir o conteúdo curricular, diminuíram ainda mais a qualidade que já era ruim. E com o atraso de dois anos na vida escolar de nossos estudantes, o que será daqui pra frente?
A educação tem que ser resgatada em nosso país, esperemos que esse novo governo comece a fazer isso, pois senão mais episódios como os lamentáveis ataques à democracia continuarão a longo prazo.
A leitura abre as portas do conhecimento, da imaginação, da criatividade. A leitura abre as portas para o nosso futuro. Precisamos trabalhar para que mais e mais brasileiros tenham acesso ao livro, não só no sentido de fazer com que eles adquiram a capacidade e o gosto pela leitura, mas que possam comprar livros, esse produto que ainda é caro para a maior parte da população. Ainda bem que agora temos muitos títulos que podem ser acessados gratuitamente na internet e que podem ser lidos até no celular.
Você, que pode comprar livros, não os deixe guardados em prateleiras ou gavetas. Troque-os, doe-os, empreste-os. É assim, também dessa maneira, que podemos fazer a nossa parte e colaborar para que aumente o número de leitores neste nosso imenso Brasil. É assim que podemos dar oportunidades a todos os leitores. Se cada um de nós fizer um pouquinho, o resultado geral pode ser bem animador.
Nossa homenagem aos leitores de qualquer gênero, de qualquer idade, de qualquer lugar. Continuem a ler e incentivem a leitura. Leiam livros para crianças desde a mais tenra idade, leia livros com as crianças, que elas crescerão gostando de livros. E viva o leitor em formação.
Por
Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 42 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras.
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