A importância do fim da escala 6x1

14 de novembro de 2024 às 17:40

Direitos trabalhistas são um tema que nunca deve sair do debate, especialmente quando as leis em vigor resultam em longas jornadas exaustivas, trabalhadores infelizes e baixa produtividade, impactando negativamente as metas das empresas.
 

(Imagem ilustrativa/Freepik)
 
A redução da jornada de trabalho já é
realidade em alguns países europeus e precisa
ser implementada no Brasil
 
Diante disso, é necessário discutir a redução da jornada de trabalho para que empregadores e empregados possam obter resultados positivos. Essa realidade já é concreta em alguns países europeus como Bélgica, Reino Unido e Escócia. A redução da carga horária de 40 horas para 32 horas semanais (escala 4×3) proporciona ao funcionário mais tempo para cuidar da vida pessoal, e um bom descanso possibilita maior produtividade para a empresa.
 
No Brasil, 43% dos trabalhadores se sentem sobrecarregados e 30% sentem pressão por resultados e metas, aponta um estudo realizado por Paul Ferreira, vice-diretor do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (NEOP) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP).
 
Um relatório publicado em 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que as longas jornadas de trabalho levaram a 745 mil mortes por acidente vascular cerebral e doença isquêmica do coração em 2016. Isso representa um acréscimo de 29% desses casos desde 2000, segundo as instituições.
 
A realidade é que o trabalhador passa mais tempo na empresa do que em casa e vive adiando compromissos pessoais porque nunca sobra tempo para cuidar da sua vida, da sua família e da própria saúde. Com jornadas exaustivas, pressão por metas e resultados, além do tempo gasto com transporte coletivo ou no trânsito, não se pode esperar bons resultados nem trabalhadores sorridentes.
 
Proposta sobre fim da jornada 6×1 movimenta redes sociais
 
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) tem gerado amplo debate nas redes sociais e atualmente está em processo de coleta de assinaturas para seguir sua tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta visa a eliminação da jornada 6x1, uma prática considerada prejudicial à saúde e ao bem-estar dos trabalhadores, que compromete o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A campanha "Vida Além do Trabalho", que apoia a iniciativa, já alcançou mais de 1,3 milhão de assinaturas online, demonstrando um grande apoio popular à causa.
 
A questão central da PEC é a humanização das escalas de trabalho, algo que, longe de prejudicar as empresas, pode fortalecer a relação entre empregador e empregado, promovendo um ambiente mais saudável e produtivo. Contudo, a implementação dessa mudança é um tema sensível que exige um debate profundo e amplo, envolvendo não apenas os parlamentares, mas também o Executivo e o setor empresarial.
 
Apesar do crescente apoio à proposta, especialmente por parte da sociedade civil, a resistência é forte, particularmente entre deputados bolsonaristas, que têm se mostrado críticos à proposta. Esses parlamentares argumentam que a mudança pode prejudicar a flexibilidade das empresas e gerar custos adicionais, especialmente em setores que dependem de jornadas intensas. A discussão, portanto, promete ser longa e precisa de pressão popular.
 
Embora saibamos que o Congresso é influenciado pelo mercado, os trabalhadores não devem recuar! É necessária união e uma forte manifestação para que os direitos dos trabalhadores sejam reivindicados. Direitos só se conquistam com lutas. Fale com seu deputado, exerça sua cidadania e faça valer seu voto. Lute por uma jornada de trabalho mais humana, mais justa!
 
Por Adamy Gianinni, graduado em Comunicação Social - Jornalismo, pelo Centro Universitário Internacional e é pós-graduado em Gestão de Mídias Digitais e Liderança e Gestão Pública, com mais de 10 anos de atuação em diversas áreas da comunicação. Também possui amplo conhecimento em Programação, no qual caminha para sua formação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.