“Foi-se o tempo dos velhos carnavais
Das brincadeiras sadias
Do encanto da Rainha
Dos confetes e serpentinas.
Foi-se o tempo das rodas nos salões
Da magia orquestrada
Marchinhas do Braguinha
Das fantasias decentes – dos foliões.
Foi-se o tempo dos pierrôs
Das lindas colombinas
Dos blocos descendo as colinas
Das moças vestidas como uma flor.
Quem sabe um dia voltará
O encanto da pureza
O Rei Momo – Vossa Majestade
O velho Carnaval – toda a sua beleza.”
A folia e a alegria dos que parecem longínquos tempos, na verdade resguarda um passado muito mais profundo. Advindo das culturas pagãs, o Carnaval remonta um período de celebração da fertilidade, da bebida e embriaguez. A festividade assumiu seus ares de euforia revelados no poema “
Outros Carnavais” acima, escrito pelo poeta Mauro Felippe, depois que a Igreja Católica incorporou a data ao calendário, celebrando tudo o que seria inconsumível durante o período da quaresma – 40 dias abdicando o álcool, a carne e a luxúria para a Semana Santa.
Mas, a magia do Carnaval perdura. Um dos símbolos do Brasil, a festividade adquire ares diferenciados nas mais diversas regiões do País. Escolas de Samba, com passistas, carros alegóricos, exuberância, famosidades e glamour, principalmente em São Paulo e no Rio. Já o Nordeste, na Bahia, com os emblemáticos carros de som puxados pelo axé; e em Pernambuco com a dança típica: o frevo.
Fora do território brasileiro, há tantas outras festas. Mardi Gras, na França e em Nova Orleans (EUA), é uma comemoração de comilança na qual os nativos comem tudo o que tiverem direito antes do período de penitência. Já as Ilhas Canárias celebra a data de forma muita parecida com a do Rio de Janeiro-RJ, com grupos e trupes carnavalescas que se apresentam com ostentação e cor, ao mesmo tempo que há “
folias de rua” pelas vias das cidades. Em Veneza, na Itália, o Carnaval mascarado e luxuoso permite bailes e danças, mas desfiles também são realizados na cidade do amor. Inusitadamente, Quebec também comemora! Mesmo debaixo de neve, os canadenses festejam por três semanas com esculturas de neve, concertos musicais, paradas noturnas e atividades esportivas.
A constante, desde sempre, é a alegria. Um período no qual as pessoas, desde os tempos pagãos, exaltam animação, prazer e festa. Do passado para o presente, isso sempre vai se manter na mente dos foliões, que aguardam ansiosamente, ano após ano, o Carnaval depois dos outros Carnavais. Atualmente, tenho que o nosso Carnaval vem perdendo, assustadoramente, a magia, em troca dos altos investimentos (que são para poucos), da nudez exacerbada e da substituição das músicas e ritmos de raiz pelas modas com letras com duplo-sentido. O poema acima possui uma certa nostalgia, reverenciando a cultura e a tradição que se pregara.
Ficha Técnica
Livro: Nove
Autor: Mauro Felippe
Tamanho: 24 x 17 cm
Páginas: 400
Formato: Capa dura
ISBN: 978-8591833108
Preço: R$ 53,00
Sobre o autor: Natural de Urussanga/SC, o advogado
Mauro Felippe já chegou a cursar Engenharia de Alimentos antes de se decidir pela carreira em Direito. Autor das coletâneas poéticas Nove, Humanos, Espectros e Ócio, já preencheu diversos cadernos em sua infância e adolescência com textos e versos, dos simples aos elaborados (a predileção pelo segundo evidente em sua escrita). As temáticas de suas obras são extraídas de questões existenciais, filosóficas e psicológicas que compreende no dia a dia, sendo que algumas advém dos longos anos da advocacia, atendendo a muitas espécies de conflitos e traumas. Por fim, pretende com a literatura viver dignamente e deixar uma marca positiva no mundo, uma prova inequívoca de sua existência como autor. Participante assíduo de feiras literárias, já esteve como expositor na Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2016 e Bienal Internacional do Livro do Rio 2017.
Por
Gabriela CuerbaDa LC Agência de Comunicação
Fonte:
http://liliancomunica.com.br/