Lenio Streck ironiza hipocrisia de Moro, que tentou tratar brasileiros como idiotas

23 de janeiro de 2022 às 11:54

Política/Partidos

O jurista Lenio Streck ironizou o tweet do ex-juiz Sergio Moro, em que ele tratou os brasileiros como idiotas, ao dizer que nunca trabalhou para a Odebrecht, quando todos sabem que ele está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União por ter sido contratado por uma empresa que lucrou com a quebra da construtora. Confira e saiba mais:

Lenio Streck e Sergio Moro (Foto: Reprodução/Divulgação | Marcelo Casal/Agência Brasil)

   Ex-juiz disse que nunca trabalhou para     a Odebrecht, quando todos sabem que ele     foi pago por quem lucrou com a    destruição da empresa

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Do Conjur – Na última terça-feira (18/1), o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, garantiu ao Ministério Público de Contas, representado pelo subprocurador Lucas Furtado, "acesso integral" às informações do contrato do ex-juiz da "lava jato" e atual pré-candidato à presidência da República Sergio Moro com a consultoria Alvarez & Marsal.

Antes da decisão, aliados de Moro se revezaram em ataques ao ministro Bruno Dantas e ao subprocurador Lucas Furtado, em clara tentativa de intimidação. Os dados mostram que 75% da receita da filial brasileira da Alvarez & Marsal foram obtidos de empresas envolvidas com a "lava jato".

Especialistas ouvidos pela ConJur entendem que há indícios para justificar uma investigação mais profunda do ex-juiz. Moro atuou na Alvarez & Marsal após deixar o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro. A ida de Moro para a vida pública ocorreu após ele ter atuação decisiva como magistrado na eleição de 2018. Posteriormente, com as revelações da "vaza jato", ele foi declarado suspeito para julgar casos envolvendo o ex-presidente Lula. A decisão gerou uma verdadeira cascata de nulidades nos processos do ex-juiz.

No caso envolvendo o trabalho de Moro para a consultoria norte-americana, os indícios apontam a ocorrência da chamada "porta giratória", que ocorre quando um indivíduo pratica ações no serviço público que causam consequências em determinados segmentos econômicos e, depois, vai trabalhar na iniciativa privada, beneficiando-se dos efeitos que ajudou a produzir.

 

Laços

Outro caso rumoroso envolvendo lavajatistas diz respeito ao padrinho político de Sergio Moro. A revista Veja informou na segunda-feira (17/1), que Álvaro Dias — que costuma se gabar de nunca ter sido investigado pela "lava jato" — foi mencionado como destinatário de propina em inquérito aberto pela autoapelidada força-tarefa. Contudo, a investigação ficou parada por três anos.

O inquérito, que foi iniciado na Justiça federal de São Paulo, abordava os operadores Adir e Samir Assad, empresas controladas por eles e o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran. O procedimento continha um e-mail supostamente enviado por Samir Assad para funcionários da Odebrecht que falava de acertos milionários de propina com parlamentares.

Um deles era Álvaro Dias — supostamente apelidado de Alicate nas planilhas da empreiteira —, que teria pedido R$ 5 milhões para não levar adiante os requerimentos de quebra de sigilo, feitos por ele, que atingiriam as empresas de Adir Assad na CPMI do Cachoeira. À época senador pelo PSDB, Álvaro Dias integrava a comissão.

 

Leia a íntegra da matéria no Brasil 247: https://www.brasil247.com/regionais/sul/lenio-streck-ironiza-hipocrisia-de-moro-que-tentou-tratar-brasileiros-como-idiotas