UFOB: em situação de decidir se entra ou não em greve!

16 de abril de 2024 às 19:12

educação superior/greve
Hoje pela manhã fui ler as mensagens enviadas no e-mail e as mensagens aqui no WhatsApp. Percebe-se que temos boas contribuições e compreensões em relação à greve. Também é possível visualizar os receios e os riscos de entrarmos em greve. O governo federal pensando positivamente pode repor as verbas públicas para o funcionamento das universidades e a reposição salarial. Mas, pode também aprovar só um em detrimento do outro.
 

Divulgação
 
Além disso, pode endurecer e não mudar de posição! Dizer e continuar com a política de despejar dinheiro nas emendas parlamentares. Com isso, as nossas reitorias (reitores/as) precisam mendigar emendas parlamentares para os deputados federais, inclusive do Centrão ou, popularmente, conhecida com BBB!
 
Todavia, o momento é rico para cultivar o espírito de grupo, de classe social, da classe trabalhadora em Educação, bem como de compartilharmos com os nossos colegas técnicos e toda comunidade acadêmica. Inclusive, de refletirmos o nosso papel nesta conjuntura maior e olhar para as ações e não ações umbilicais da UFOB.
 
A nossa luta não é apenas pela cultura universitária. Temos de refletirmos e somarmos com os desafios do Ensino Básico, especialmente, da Reforma do Ensino Médio.  Enfim, o ensino superior de agora e do futuro dependem do sucesso do Ensino Básico brasileiro.
 
Isso não é uma ilusão reflexiva!
 
Basta olharmos as nossas listas de entrada do SISU no semestre de 2024.1. Será que a baixa procura e a baixa entrada são resultados de qual precarização, de outrora? Da reforma do Ensino Médio ou da falta de política públicas para fortalecimento da cultura universitária, inclusive das universidades do SISU. Depois que o estudante ingressou, temos outras preocupações e responsabilidades: alta evasão é uma delas a outra é com o ensino e aprendizagem. 
 
Ontem quando passei pelo RU e me deparei com a encenação artística do Estudante – confesso que fui tomado por um turbilhão de reflexões e indignações. Fiquei pensando nas causas e nos motivos da refeição ter esse valor no RU da UFOB? Também nas causas, pelas quais levaram o fim do auxílio alimentação (100%) dos estudantes não beneficiados pelo PNAES? 
 
Diante disso, pensei: qual a nossa escala de indignação? Será que é mais local do que dos repasses nacionais do MEC? Então, a greve não pode ficar apenas nos ombros dos docentes e técnicos: a questão não é apenas a reposição salarial? 
 
Não somos o deus Atlas do mundo da UFOB. Muito menos da rede de ensino federal.  Todavia, penso e acredito que temos de mudar as nossas ações de mobilização, de situação de greve e em relação as nossas condições de trabalho. Há tempo que estou vendo a falta das formas (paredes e prédios) influenciando as funções universitárias...
 
Diante disso tudo, fiquei aqui comigo, refletindo os motivos pelos quais o governo federal “dito progressista” deu aumento salarial apenas para os policiais federais e os funcionários do Banco Central. Além disso, o governo anuncia a criação de mais universidades públicas e institutos federais. 
 
Será que o nosso papel enquanto universidade criada a partir do REUNI seria posicionar em relação a precarização das relações de trabalho? Enfim, o momento é de reflexão, mas, também de assumirmos responsabilidades em prol de uma universidade pública que tenha as condições de trabalho para realizarmos ensino, pesquisa e extensão!
 
Viva as decisões coletivas da nossa comunidade universitária. Hoje pode ser um divisor de águas em nossa UFOB!
 
Por Dr. Valney D. Rigonato. professor e coordenador do curso de Licenciatura do Curso de Geografia, do curso de Pós-Graduação em Ensino – PPGE. Tutor do PET Humanidade.