Aliança Global de Combate à Fome tem 147 adesões, com 81 países e diversos organismos internacionais

18 de novembro de 2024 às 11:48

internacional/G20
A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza foi oficialmente lançada, nesta segunda-feira (18), na Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro. Construída ao longo de um ano, a partir de um processo de diálogo e colaboração, a Aliança nasce com 147 membros fundadores, incluindo 81 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, 9 instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais. Essa iniciativa inovadora visa acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza, prioridades centrais nos ODS.
 

© Fernando Frazão/Agência Brasil
 
A iniciativa brasileira tem como
objetivo acelerar o progresso rumo à
erradicação da fome e da pobreza
 
O presidente Lula (PT) declarou: "enquanto houver famílias sem comida na mesa, crianças mendigando nas ruas e jovens sem esperança de um futuro melhor, não haverá paz. Sabemos, pela experiência, que uma série de políticas públicas bem desenhadas, como programas de transferência de renda, como o 'Bolsa Família', e refeições escolares nutritivas para crianças, têm o potencial de acabar com o flagelo da fome e devolver a esperança e dignidade para as pessoas".
 
Em 2024, os membros do G20, países parceiros e organizações internacionais trabalharam conjuntamente em uma Força-Tarefa dedicada à elaboração da estrutura fundacional da Aliança, que foi endossada por unanimidade durante a Reunião Ministerial do G20, no Rio de Janeiro, em julho. A liderança do Brasil na Força-Tarefa envolveu uma coordenação próxima entre vários ministérios, incluindo o de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Relações Exteriores e Fazenda, além de contribuições do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).  
 
"Vivemos hoje um marco histórico. A Aliança que construímos juntos, a partir da visão do presidente Lula, está agora pronta para transformar vidas e construir um futuro livre de fome e pobreza extrema", afirmou o ministro de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. "Este não é apenas mais um fórum de discussão – é um mecanismo prático para canalizar conhecimento e financiamento de forma eficaz e alcançar aqueles que mais precisam", enfatizou.
 
Desde julho, a Aliança está aberta a adesões de membros para além do G20. O Brasil e Bangladesh foram os primeiros a aderir, seguidos por todos os membros do G20, incluindo a União Africana e a União Europeia, assim como vários países de todos os continentes. 
 
Os membros fundadores também incluem grandes organizações internacionais, bancos de desenvolvimento e entidades filantrópicas. Organismos-chave da ONU, como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), UNICEF e o Programa Mundial de Alimentos (WFP), também aderiram, ao lado de instituições financeiras como o Grupo Banco Mundial e bancos de desenvolvimento regionais, incluindo o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Organizações filantrópicas como a Fundação Rockefeller, a Fundação Bill & Melinda Gates e a Children’s Investment Fund Foundation também fazem parte da iniciativa. 
 

Reunião Ministerial da Força Tarefa para o Estabelecimento de uma Aliança
Global contra a Fome e a Pobreza
(Foto: Ricardo Stuckert/PR)
 
A adesão à Aliança segue aberta e é formalizada por meio de uma Declaração de Compromisso — que vai além de uma declaração simbólica para incorporar uma dedicação genuína à ação. Ela define compromissos gerais e personalizados, alinhados com as prioridades e condições específicas ‘de cada membro. As Declarações de Compromisso são voluntárias e podem ser atualizadas conforme as circunstâncias evoluem. Cada Declaração de Compromisso de um membro é pública e pode ser encontrada no site recém-lançado da Aliança Global.
 
Anúncios - Antes do lançamento formal desta segunda-feira, a Aliança Global demonstrou o sucesso de sua abordagem ao motivar e impulsionar ações e compromissos antecipados de grande parte de seus membros em seis áreas prioritárias de sua agenda política, que foram anunciados em um evento especial, durante a Cúpula Social do G20, em 15 de novembro. 
 
Esses anúncios, intitulados "Sprints 2030", representam a maior tentativa coletiva de mudar o rumo e finalmente erradicar a fome e a pobreza extrema por meio de políticas e programas em grande escala e baseados em evidências para elevar as populações mais pobres e vulneráveis do mundo. Entre os anúncios e compromissos estão o objetivo de alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda em países de baixa e média-baixa renda até 2030, expandir as refeições escolares de alta qualidade para mais 150 milhões de crianças em países com pobreza infantil e fome endêmicas, e arrecadar bilhões em crédito e doações por meio de bancos multilaterais de desenvolvimento para implementar esses e outros programas.
 
Missão e Governança - A missão da Aliança é clara: até 2030, visa erradicar a fome e a pobreza, reduzir desigualdades e contribuir para parcerias globais revitalizadas para o desenvolvimento sustentável. Prioriza transições inclusivas e justas, garantindo que ninguém seja deixado para trás.
 
A Aliança opera por meio de três pilares principais — nacional, financeiro e de conhecimento — projetados para mobilizar e coordenar recursos para políticas baseadas em evidências adaptadas às realidades de cada país membro.
 
Além disso, a Aliança realizará Cúpulas Regulares Contra a Fome e a Pobreza e estabelecerá um Conselho de Campeões de Alto Nível para supervisionar seu trabalho. Um órgão técnico enxuto e eficiente, o Mecanismo de Apoio da Aliança Global, será sediado na FAO, mas funcionará de forma independente para fornecer suporte estratégico e operacional, incluindo a promoção de parcerias em nível nacional para implementar iniciativas de combate à fome e à pobreza. O Brasil se comprometeu a financiar metade dos custos do Mecanismo de Apoio até 2030, com contirbuições adicionais de países como Bangladesh, Alemanha, Noruega, Portugal e Espanha.
 
Embora o G20 tenha sido a plataforma de lançamento para essa iniciativa, a Aliança agora funcionará como uma plataforma global independente, com o apoio contínuo e o impulso possível de futuras presidências do G20. A estrutura completa de governança, incluindo o Conselho de Campeões e o Mecanismo de Apoio, deverá estar operacional até meados de 2025. Até lá, o Brasil fornecerá suporte temporário para funções essenciais, como comunicação e aprovação de novos membros.
 
Membros fundadores da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza:
 
Países Membros e Entidades Regionais:  
 
      - Alemanha; 
      - Angola;
      - Antígua e Barbuda; 
      - África do Sul; 
      - Arábia Saudita; 
      - Armênia; 
      - Austrália; 
      - Bangladesh;
      - Benin 
      - Bolívia; 
      - Brasil; 
      - Burkina Faso; 
      - Burundi; 
      - Camboja; 
      - Chade  
      - Canadá;
      - Chile;
      - China;
      - Chipre;
      - Colômbia;
      - Dinamarca;
      - Egito;
      - Emirados Árabes Unidos;
      - Eslováquia;
      - Estados Unidos;
      - Espanha;
      - Etiópia;
      - Federação Russa;
      - Filipinas;
      - Finlândia;
      - França;
      - Guatemala;
      - Guiné;
      - Guiné-Bissau;
      - Guiné Equatorial;
      - Haiti;
      - Honduras;
      - Índia;
      - Indonésia;
      - Irlanda;
      - Itália;
      - Japão;
      - Jordânia;
      - Líbano;
      - Libéria;
      - Malta;
      - Malásia;
      - Mauritânia;
      - México;
      - Moçambique;
      - Myanmar;
      - Nigéria;
      - Noruega;
      - Países Baixos;
      - Palestina;
      - Paraguai;
      - Peru;
      - Polônia;
      - Portugal;
      - Quênia;
      - Reino Unido;
      - República da Coreia;
      - República Dominicana  
      - Ruanda;
      - São Tomé e Príncipe;
      - São Vicente e Granadinas;
      - Serra Leoa;
      - Singapura;
      - Somália;
      - Sudão;
      - Suíça;
      - Tadjiquistão;
      - Tanzânia;
      - Timor-Leste;
      - Togo;
      - Tunísia;
      - Turquia;
      - Ucrânia;
      - Uruguai;
      - Vietnã;
      - Zâmbia;
      - União Africana;
      - União Europeia.
 
Organizações Internacionais  
 
      1. Agência de Desenvolvimento da União Africana – Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (AUDA-NEPAD);
      2. CGIAR;
      3. Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL); 
      4. Comissão Econômica e Social para Ásia Ocidental (CESAO); 
      5. Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP);
      6. Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD);
      7. Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF);
      8. Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA);
      9. Instituto de Pesquisa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social (UNRISD); 
      10. Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA);
Liga dos Estados Árabes (LEA);
      11. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO); 
      12. Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO);
      13. Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO);
      14. Organização dos Estados Americanos (OEA);
      15. Organização Internacional do Trabalho (OIT);
      16. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE);
      17. Organização Mundial do Comércio (OMC);
      18. Organizacão Mundial da Saúde (OMS);
      19. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS);
      20. Programa Mundial de Alimentos (WFP);
      21. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
      22. Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat);
      23. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
 
Instituições Financeiras Internacionais:
 
      1. Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB);
 
      2. Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB);
 
      3. Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF);
 
      4. Banco Europeu de Investimento (BEI);
 
      5. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID);
 
      6. Grupo Banco Mundial;
 
      7. Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB);
 
      8. Novo Banco de Desenvolvimento (NBD);
 
      9. Programa Global de Agricultura e Segurança Alimentar.(GAFSP)
 
Fundações Filantrópicas e Organizações Não Governamentais:
 
      1. Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab (J-PAL);
 
      2. Articulação Semiárido Brasileiro (ASA);
 
      3. Fundação Bill & Melinda Gates;
 
      4. BRAC;
 
      5. Children's Investment Fund Foundation;
 
      6. Child's Cultural Rights & Advocacy Trust Agency;
 
      7. Citizen Action;   
 
      8. Education Cannot Wait; 
 
      9. Food for Education;
 
      10. Instituto Comida do Amanhã;
 
      11. Fundação Getúlio Vargas (FGV)  
 
      12. GiveDirectly;
 
      13. Global Partnership for Education;
 
      14. Instituto Ibirapitanga;
 
      15. Instituto Clima e Sociedade (iCS);
 
      16. Câmara de Comércio Internacional;
 
      17. Leadership Collaborative to End Ultrapoverty;
 
      18. Maple Leaf Early Years Foundation; 
 
      19. Fundação Maria Cecília Souto Vidigal;
 
      20. Oxford Poverty and Human Development Initiative (OPHI);
 
      21. Pacto Contra a Fome;
 
      22. Fundação Rockefeller;
 
      23. Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI);
 
      24. SUN Movement;
 
      25. Sustainable Financing Initiative;
 
      26. Their World;
 
      27. Trickle Up;
 
      28. Village Enterprise;
 
      29. World Rural Forum;
 
      30. World Vision International;
 
      31. Instituto Fome  Zero.
 
Leia a íntegra da matéria no Brasil 247: https://www.brasil247.com/