Depois das declarações de Mark Zuckerberg, dono da plataforma Meta que agrega as redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, sobre as novas regras apresentadas pela empresa, teremos uma espécie de vale tudo virtual, sem nenhuma preocupação com a ética e o respeito aos seres humanos.
@ Google/Divulgação
Era tudo que a extrema direita queria, pois essa gente defende um tipo de liberdade de expressão que agride, acusa sem provas, cria fake News e depois que o dano foi criado ao outro, limitam-se a pedir desculpas ou dizer que se enganaram. A decisão da Meta de encerrar seu programa de checagem de fatos e substituir por um sistema de “Notas da Comunidade” semelhante ao que é utilizado pela plataforma X, antigo Twitter, de propriedade de Elon Musk, colabora para o aumento das redes de ódio e mentiras que agora serão a tônica nos EUA e do próximo governo de Donald Trump e pode, também, ser a nossa realidade.
Tudo será “verdade”! Se afirmo em rede social que Papai Noel é comunista e não uma invenção do Capitalismo para estimular o consumo no Natal, isso será “verdade”. Todas as estórias (uma narrativa ficcional) voltarão com muita força como: as teses de terra plana, os discursos antivacina (que já é forte), a ideia de que Ditadura Militar (1964-85) não aconteceu, mesmo com a repercussão do filme Ainda Estou Aqui, a defesa de que o 8 de janeiro não foi uma tentativa de Golpe de Estado e sim uma manifestação pacifica com “alguns” exaltados. Todas as mentiras serão reabilitadas e transformadas em “verdades”. Isso não é, e nunca foi liberdade de expressão, isso é 1984 (George Owrell), Um Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley) ou o mundo Matrix de simulação da realidade.
Teremos um aumento da alienação e essas redes sociais vão, em pouco tempo, criar nações inteiras de Walking Dead (mortos-vivos) que aceitarão a “verdade” do Grande Irmão da Meta e do X e suas afiliadas, as grandes empresas do ministério da verdade. Se a coisa já está complicada com a proliferação o tempo todo de Fake News, se preparem para viver a pandemia da desinformação.
Diante de um contexto tão desafiador, as pessoas, movimentos sociais, partidos políticos, governos, instituições e empresas progressistas precisam criar uma super rede social que faça uma disputa com esses gigantes da comunicação. É preciso enfraquecer e desmoralizar essas redes de mentiras que estimulam a corrupção, a injúria e a violência contra as pessoas.
A super rede social progressista deve ser uma pauta urgente para que possamos combater essa realidade paralela. Todos que querem uma sociedade democrática e um mundo que defenda os direitos humanos e a proteção do meio ambiente precisam se movimentar para pensar a criação dessa grande rede. E vamos à luta!
Por
Ivandilson Miranda Silva, doutor em Educação e Contemporaneidade pela UNEB e Mestre em Cultura e Sociedade pela UFBA. Professor. E-mail:
ivanvisk@gmail.com 
