Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (27) pelo instituto Quaest revelou uma redução significativa na aprovação de desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente devido à polêmica do Pix. O índice caiu de 52% em dezembro de 2024 para 47% em janeiro de 2025. Pela primeira vez desde o início do mandato, o percentual de desaprovação (49%) superou o de aprovação (47%).
Marcelo Camargo/Agência Brasil
A redução mais marcante na avaliação de
Lula foi observada no Nordeste
Entre os fatores associados à queda está a polêmica em torno do Pix. Depois de uma série de fake news espalhadas pela extrema direita, incluindo perfis de políticos, que espalharam o pânico na população, o governo voltou atrás em uma medida que ampliava a fiscalização de movimentações financeiras via Pix e com cartões.
A redução mais marcante na avaliação de Lula foi observada no Nordeste, onde a aprovação passou de 67% em dezembro para 59% atualmente. O instituto também informou que a queda foi mais expressiva entre as pessoas de renda baixa e média.
“Perder popularidade no Nordeste e na renda baixa significa que o governo está perdendo base que deixa de defendê-lo”, avalia o diretor da Quaest, Felipe Nunes, em postagem no X (antigo Twitter).
Pix e indicadores econômicos pesaram na queda da avaliação
Além de investigar os índices de aprovação relacionados ao desempenho de Lula, o instituto Quaest também analisou a percepção dos eleitores sobre o governo. A avaliação negativa registrou um aumento significativo, subindo de 31% em dezembro para 37% em janeiro. Já as avaliações positivas diminuíram, passando de 33% para 31%. O percentual daqueles que compartilham o governo “regular” caiu de 34% para 28%. Este é o primeiro momento, desde o início do mandato, em que o cenário apresenta resultados desfavoráveis para o presidente petista.
Quando os participantes da pesquisa foram perguntados sobre as notícias negativas mais lembradas no governo Lula, a regulação do Pix foi, de longe, a mais citada: 11%. Apesar do índice aparentemente baixo, a segunda opção mais citada (“Não faz o que promete/é corrupto”) somou apenas 3%. Inflação e aumentos de impostos vieram em seguida, com 2% cada. A pesquisa também captou um sentimento negativo sobre a percepção econômica. Enquanto 25% das pessoas afirmam que a economia melhorou em 2024, outras 39% dizem que piorou e 32% afirmam que ficou “do mesmo jeito”.
“Vai ser preciso mais do que uma mudança de comunicação para mudar a rota desses indicadores. Política e gestão terão que andar acompanhados com a comunicação para que uma mudança real possa dar novo rumo ao governo”, avalia Felipe Nunes.
A Quaest ouviu 4.500 pessoas entre os dias 23 e 26 deste mês. O levantamento foi encomendado pela empresa Genial Investimentos.