Hugo Motta diz que não houve tentativa de golpe de Estado nos atos do 8 de Janeiro

08 de fevereiro de 2025 às 13:08

democracia/golpe de estado
O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou ontem, sexta-feira (7) não considerar os atos de depredação às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023, em Brasília, uma tentativa de golpe de Estado.
 
Em entrevista à rádio Arapuan FM, em João Pessoa (PB), Motta afirmou que um golpe exigiria "um líder, uma pessoa estimulando" os atos.
 

Hugo Motta
. Foto: Douglas Gomes/Lid Republicanos
 
Novo presidente da Câmara afirma que o episódio
foi perpetrado por "vândalos e baderneiros" e diz que golpe
"tem que ter um líder" estimulando as pessoas.
 
"O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso", declarou.



 
 
Segundo Motta, o que ocorreu na data foi "uma agressão às instituições" promovida por "vândalos e baderneiros".
 
"Ali foram vândalos, baderneiros que queriam, com inconformidade com o resultado da eleição, demonstrar sua revolta achando que aquilo ali poderia resolver, talvez, o não prosseguimento do mandato do presidente Lula", afirmou.
 


 
 
O deputado, no entanto, não assumiu o compromisso de pautar o projeto de anistia aos envolvidos nos atos, afirmando que essa decisão será tomada em conjunto com líderes partidários da Câmara.
 
"Não posso chegar aqui e dizer que vou pautar a anistia semana que vem ou não vamos pautar. Será um tema que vamos analisando, digerindo", afirmou.
 
Na mesma entrevista, Motta afirmou considerar extenso o período de oito anos de inelegibilidade aplicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em junho de 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho de 2022.
 
Em um sistema democrático em que você tem eleição de dois em dois anos, você não achar que oito anos [de inelegibilidade] é um tempo extenso de penalidade é não reconhecer o sistema democrático. Oito anos na política brasileira são uma eternidade", afirmou.
 


 
 
As declarações de Motta vêm em um momento que aliados de Bolsonaro pressionam para pautar o projeto de anistia na Câmara e um dia após o ex-presidente afirmar, em vídeo postado na rede social X (antigo Twitter), ser a favor da revogação da Lei da Ficha Limpa, que institui a inelegibilidade, afirmando que a lei anticorrupção serve para "perseguir a direita".
 
"A Lei da Ficha Limpa serve apenas para isso, perseguir a direita, e ponto final", afirmou.
 
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