Jair Bolsonaro era quem alimentava o ‘Gabinete do Ódio’, disse Cid em delação

19 de fevereiro de 2025 às 12:06

justiça/PGR
Em seu acordo de delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente "encaminhava diretamente" ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de mensagens. A revelação foi divulgada nesta quarta-feira (19), após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizar a quebra do sigilo do depoimento.
 

© Frame/g1
 
Ex-ajudante de ordens do ex-presidente revela
que Jair Bolsonaro usava seu celular para coordenar
ofensivas contra integrantes da Corte
 
Indagado sobre ataques a ministros do STF, identificados na investigação, conduzida por meio do telefone do ex-presidente Jair Bolsonaro, responde: que era o ex-presidente que encaminhava diretamente”, diz trecho da transcrição do depoimento de Cid. A declaração reforça a tese de que Bolsonaro teria coordenado pessoalmente ofensivas contra integrantes da Corte, utilizando seu próprio celular para essa finalidade.
 
Segundo Cid, o grupo era formado por "três garotos que era assessores" de Bolsonaro, tinham "relação direta" com o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho 02 do ex-mandatário, e funcionavam dentro do Palácio do Planalto.
 
A delação de Mauro Cid é parte das investigações que apuram supostas ações antidemocráticas e ataques às instituições durante o governo Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens, que foi preso em maio de 2023 no âmbito da Operação Venire, da Polícia Federal, colabora com as autoridades desde então, fornecendo detalhes sobre condutas atribuídas ao ex-presidente e seu círculo próximo.
 
As declarações de Cid devem ampliar o escopo das investigações e pressionar ainda mais o ex-presidente, que nega as acusações e afirma ser vítima de perseguição política. Enquanto isso, o STF segue analisando os depoimentos e documentos apresentados, em um caso que pode definir novos rumos para a responsabilização de autoridades por supostos ataques às instituições democráticas.

Confira a íntegra da denúncia da PGRDenúncia PGR.
 
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