Para quem busca um Carnaval diferente, longe da agitação dos trios elétricos e blocos de rua, o turismo comunitário rural surge como uma excelente alternativa. Em diversas regiões da Bahia, comunidades tradicionais oferecem experiências autênticas, unindo cultura, natureza e gastronomia, em roteiros sustentáveis que valorizam o modo de vida local e promovem o desenvolvimento das famílias agricultoras.
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Foto: Ascom CAR/GovBA
O Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), tem investido no fortalecimento dessa atividade, apoiando comunidades rurais na estruturação do turismo sustentável. Os investimentos incluem a criação de receptivos para turistas, chalés, trenzinhos, embarcações, quadriciclos, kijêmes (dormitórios indígenas), bicicletas, caiaques e outras infraestruturas para uma recepção de qualidade.
Entre as diversas opções de roteiros, estão três destinos se destacam pelo impacto positivo dos investimentos e pela experiência autêntica que oferecem aos turistas: a comunidade de Matarandiba, em Vera Cruz; o Quilombo Bananeira, em Jacobina; e a Reserva Pataxó da Jaqueira, em Porto Seguro.
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Foto: Ascom CAR/GovBA
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Foto: Ascom CAR/GovBA
Na Ilha de Itaparica, a comunidade de Matarandiba, cercada por Mata Atlântica preservada, quedas d’água e manguezais, oferece passeios de barco e uma culinária rica, baseada nos frutos do mar e na agricultura local. Um dos diferenciais do destino é a moeda social Concha, que fortalece a economia comunitária e promove integração entre moradores e turistas. Com apoio da CAR, a comunidade recebeu equipamentos para hotelaria, mobiliário, utensílios, kits de segurança, caiaques e equipamentos de trilha. Para Jumara Pereira, condutora do projeto ViverTur, o turismo vai além de uma visita. “Aqui, o visitante não é só turista, mas parte da nossa comunidade. Ele aprende nossas histórias, conhece nosso modo de vida e contribui para a valorização da cultura local.”
Turismo étnico-afro
No Sertão da Bahia, o Quilombo Bananeira, em Jacobina, oferece uma imersão na cultura quilombola. O destino conta com trilhas ecológicas, cachoeiras, uma casa de farinha tradicional e um espaço de gastronomia, com pratos típicos preparados pelas famílias quilombolas. A estruturação do turismo na região recebeu investimentos do Governo do Estado, incluindo melhorias nas trilhas, construção de um parquinho e reformas na cozinha comunitária. Jean César, vice-presidente da Associação Afro-brasileira Quilombo Erê, reforça a importância do turismo para a valorização da história quilombola. “Quem vem aqui tem a chance de vivenciar de perto a cultura quilombola, aprender sobre nossa resistência e se encantar com a riqueza do turismo étnico-afro da Bahia”, afirma.
Etnoturismo indígena
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Foto: Ascom CAR/GovBA
No território de identidade Costa do Descobrimento, em Porto Seguro, a Reserva Pataxó da Jaqueira oferece uma experiência única de etnoturismo indígena. Na reserva, os visitantes conhecem a Casa de Memória, o Viveiro de Plantas Nativas, a Escola Indígena Tradicional e participam de atividades como pintura facial, trilhas na mata e degustação de peixe assado na folha de patioba, prato típico do povo Pataxó. Com o apoio da CAR, a comunidade recebeu kijêmes (dormitórios indígenas), um centro de artesanato e um portal receptivo. Juari Pataxó, liderança da comunidade, reforça o impacto da iniciativa. “Aqui, mostramos a riqueza da nossa cultura e a importância da preservação ambiental. Cada espaço da reserva carrega histórias e saberes ancestrais, que transmitimos com orgulho.”
Além desses três destinos, o turismo comunitário sustentável tem sido incentivado em várias outras regiões da Bahia, como Cairu, Canavieiras, Morro do Chapéu, Santa Cruz Cabrália e Itacaré. Essas comunidades oferecem aos turistas uma oportunidade única de vivenciar a Bahia de forma autêntica, longe da agitação do Carnaval, mas perto da riqueza cultural e natural do estado.
Ascom CAR/Governo da Bahia