Frutas cítricas podem ajudar no combate à depressão, aponta estudo

14 de março de 2025 às 18:11

saúde/alimentação saudável
Um novo estudo, comandado por pesquisadores da Escola Médica de Harvard, aponta que a dieta pode ser um caminho promissor para a prevenção e o controle da depressão. Os cientistas sugerem que as frutas cítricas podem ajudar a proteger contra a doença por meio da microbiota intestinal. Um artigo sobre as descobertas foi publicado na revista Microbiome.
 

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A depressão é uma condição generalizada e debilitante que afeta mais de 280 milhões de pessoas no mundo todo. O tratamento, porém, nem sempre é eficaz. Pesquisas apontam que 70% dos pacientes com depressão não respondem ao tratamento inicial com medicamentos antidepressivos e/ou desenvolvem efeitos colaterais intoleráveis ​​aos medicamentos.
 
Alguns estudos anteriores já associaram a dieta mediterrânea, conhecida pelo seu potencial de emagrecimento e consequente combate à obesidade, como um fator de combate à depressão, com uma redução de quase 35% no risco da doença. O novo estudo acrescenta, nesse caso, o consumo de frutas como as laranjas, as tangerinas e o maracujá a um menor risco de depressão.
 
Novo estudo
 
O novo estudo sugere que a Faecalibacterium prausnitzii, um tipo de bactéria encontrada no intestino humano, e sua atividade metabólica podem modular a influência das frutas cítricas e seus flavonoides no humor.
 
Os pesquisadores analisaram a interação entre o consumo de frutas cítricas, a microbiota intestinal e o risco de depressão em mais de 32.427 participantes. Eles investigaram a ingestão de longo prazo de frutas cítricas em relação à depressão e à abundância de espécies microbianas intestinais e, por sua vez, as associações dessas espécies e seu potencial metabólico com a depressão.
 
Decidimos procurar evidências de que enfermeiras que comiam muitas frutas cítricas tinham taxas menores de depressão futura do que aquelas que não comiam. E foi isso que descobrimos!”, explica o Dr. Raaj Mehta, instrutor de medicina na Escola Médica de Harvard e médico no Hospital Geral de Massachusetts.
 
Os autores descobriram que comer uma laranja média por dia pode reduzir o risco de desenvolver depressão em cerca de 20%. “Quando observamos o consumo total de frutas ou vegetais das pessoas, ou de outras frutas individuais, como maçãs ou bananas, não vemos nenhuma relação entre a ingestão e o risco de depressão”, disse o Dr. Mehta.
 
Um subconjunto de participantes forneceu aos pesquisadores diversas amostras de suas fezes ao longo de um ano. “Usando os resultados do sequenciamento de DNA dessas amostras de fezes, procuramos ligações entre a ingestão de frutas cítricas e espécies específicas de bactérias no microbioma intestinal”, Dr. Mehta.
 
Uma espécie de bactéria, Faecalibacterium prausnitzii, destacou-se… Era mais abundante em pessoas que não estavam deprimidas do que em pessoas que estavam, e consumir muitas frutas cítricas também estava associado a altos níveis de Faecalibacterium prausnitzii”, completa.
 
Os pesquisadores, então, começaram a desconfiar que essa bactéria pode associar o consumo de frutas cítricas à boa saúde mental. “Uma resposta, pensamos, pode ser que essas bactérias usam uma via metabólica conhecida como via do ciclo I da S-adenosil-L-metionina para influenciar os níveis de dois neurotransmissores — serotonina e dopamina — produzidos por células humanas no intestino.
 
Esses neurotransmissores regulam a forma como os alimentos passam pelo trato digestivo, mas também podem viajar para o cérebro, onde elevam o humor”, completa Dr. Mehta.
 
Os pesquisadores esperam que o estudo sirva de inspiração para outras investigações sobre a relação entre dieta e saúde mental.
 
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