No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas convivem com a doença de Chagas, e a Bahia tem a quarta maior taxa de mortalidade relacionada à patologia no país, sendo a maioria dos óbitos causada por complicações cardíacas.
E o 14 de abril foi instituído como o Dia Mundial da Doença de Chagas, com vistas a combater a enfermidade, que é transmitida pelo inseto conhecido como "barbeiro".

Foto: Érico Xavier/Decon/Fapeam/Reprodução/fapeam.am.gov.br/
 Livia Dorea. Foto: Ascom HGRS/GovBA |
A gastroenterologista do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), Livia Dorea, destaca que a infecção tem duas fases: aguda e crônica. Ela explica que a fase aguda pode apresentar sintomas leves e inespecíficos, como febre, cansaço ou mal-estar, e muitas vezes passa despercebida. “
Se não for diagnosticada e tratada a tempo, pode evoluir para a fase crônica”.
Algumas pessoas infectadas desenvolvem a forma indeterminada da doença, ou seja, não apresentam sintomas nem alterações nos exames. Já outros 30% podem desenvolver formas crônicas, que afetam principalmente o coração ou o sistema digestivo — com dilatação do esôfago (megaesôfago) e/ou do intestino grosso (megacólon) — ou, em alguns casos, ambos os sistemas.
Para se ter ideia, só no HGRS são tratados 500 pacientes com a patologia.
E ela continua: “por ter evolução lenta e silenciosa, muitas pessoas só descobrem a doença em estágios avançados, quando os sintomas já estão mais evidentes”. Sinais como dificuldade para engolir, constipação prolongada, falta de ar e palpitações devem servir de alerta e motivar a busca por atendimento médico.
O tratamento é feito com medicamento específico, disponível gratuitamente pelo SUS.
Embora muitas vezes negligenciada, a Doença de Chagas continua sendo um desafio de saúde pública pelo seu impacto médico-social. E uma vez que a maioria das pessoas infectadas não sabe que tem a doença, a testagem deve ser incentivada em regiões endêmicas.
Estar informado e atento aos sintomas suspeitos principalmente, em pessoas com fatores de risco como: ser morador atual ou prévio de áreas de risco, ter familiar com a doença, ter contato com o inseto “barbeiro” é essencial para o diagnóstico precoce, prevenir complicações e garantir qualidade de vida.
A médica destaca que a maior incidência é na zona rural, sendo necessários cuidados com a moradia, como: colocar telas nas janelas, evitar construções com palha, barro, tampar as frestas das casas, além de higienizar os alimentos adequadamente e, durante a gravidez, fazer os exames incluindo a testagem para doença de Chagas
Ascom HGRS/Governo da Bahia